CC12 – Ensino de linguagens na conjuntura (pós)pandêmica e suas implicações para a formação docente
Coordenação:Paulo Ricardo Ferreira Pereira (UFCG)Aline Martins Costa (Universidade do Porto) No triênio de 2020 a 2023, conforme reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o cenário pandêmico decorrente da propagação da COVID-19 (SARS-CoV-2) implicou na manutenção e no desenvolvimento de atividades em diferentes instituições socioprofissionais, em função das medidas administradas para diluir a propagação do vírus (Marques; Silveira; Pimenta, 2020). Na instituição escolar, instaurou um quadro educacional marcado por adaptações no processo educativo, de modo a incorrer nos artefatos (materiais e/ou simbólicos) e no trabalho docente viabilizados pelos professores, atuantes tanto na Educação Básica quanto no Ensino Superior, na dinâmica do ensino remoto emergencial, do ensino híbrido e/ou do retorno ao ensino presencial. Em um primeiro momento, para manter o funcionamento do sistema escolar e o vínculo interacional que marca a instituição escolar, o ensino de linguagens, em especial, ocorreu a partir de plataformas e aplicativos tecnológico-digitais, tais como YouTube, WhatsApp, Google Classroom, Zoom, entre outras; em um segundo momento, esse ensino de linguagens passou a ser (re)conduzido no ensino híbrido e/ou no retorno gradual ao ensino presencial, resguardando nuances do quadro sociossanitário vivenciado mundialmente. Essas transições no processo de ensino de linguagens parecem ter implicado não somente na forma de interação estabelecida entre os atores educacionais – notadamente, docentes e discentes -, mas também na própria apreensão do trabalho a ser realizado. Mediante a essa conjuntura socioprofissional, marcada pelas demandas do contexto pandêmico e da emergência de aparatos tecnológico-digitais, esta Comunicação Coordenada congrega estudos que focalizem o ensino de linguagens e suas implicações para a formação docente. Situada em uma compreensão indisciplinar de Linguística Aplicada (Moita Lopes, 2006; 2009; 2013), acolhe estudos que tematizam a articulação do trabalho docente e da formação docente na área de Linguagens, tal qual preconizada pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), refletindo sobre questões que constituem e/ou atravessam esse ensino – a exemplo de relações interacionais entre os sujeitos, tratamento de conteúdos e objetos de ensino, abordagem didática de inteligências artificiais, entre outras questões – em uma das modalidades citadas – ensino remoto emergencial, ensino híbrido e/ou retorno do ensino presencial -, com foco no professor. Espera-se a contribuição de estudos sob diferentes constructos teórico-metodológicos e diversos enfoques analíticos. Esta Comunicação Coordenada visa proporcionar uma fotografia sociohistórica do ensino de linguagens na conjuntura delineada e suas implicações para a formação docente, registrando não somente os entraves, mas também as contribuições para a classe docente. Palavras-chave: Conjuntura (pós)pandêmica. Trabalho Docente. Formação Docente. Ensino. Linguagens.
CC11 – Rap, Samba de enredo e Slam nos discursos cotidianos: resistência, ancestralidade e educação antirracista
Coordenação:Tatiana Aparecida Moreira (IFES – campus Vitória) Esta comunicação coordenada tem como proposta agregar trabalhos de iniciação científica e do mestrado profissional em Letras (Profletras) sobre discursos vinculados ao rap, ao samba de enredo e ao Slam. Essas manifestações culturais veiculam discursos diversos e potentes sobre situações relacionadas à desigualdade social, violências, ancestralidade, relações culturais, entre outras. A nossa proposta está vinculada, do ponto de vista teórico e metodológico, à Análise dialógica do discurso (ADD), logo, aos estudos do Círculo de Bakhtin (2016, 2017, 2019, 2021), tais como dialogismo, atitude responsivo-ativa e gênero do discurso. Desse modo, pretendemos acolher pesquisas em que as vozes presentes em raps, no Slam e em samba de enredo evidenciem posicionamento crítico e responsivo e dão visibilidade a discursos de resistência, no nosso dia a dia. Palavras-chave: Rap. Samba de enredo. Slam. Discursos. Posicionamento crítico.
CC10 – A produção escrita no contexto da Educação Básica
Coordenação:Mônica de Souza Serafim (UFC)Maria das Doris Moreira de Araújo (UVA) O ensino e a aprendizagem de língua materna baseiam-se nas contribuições significativas dos estudos linguísticos, principalmente, no tocante às abordagens de produção textual escrita e suas metodologias de ensino, que tornam o ensino e a aprendizagem mais efetivos e permitem que alunos e professores ampliem o conhecimento dessa prática de linguagem em ambientes intra e extra escolares. Tendo por base tal premissa, essa comunicação tem por objetivo congregar pesquisas sobre a produção textual escrita na sala de aula da educação básica. A importância de tal temática dentro dos estudos sobre o ensino e a aprendizagem de línguas reside na ênfase de que ainda é necessário conferir à escrita um papel que vai além da redação para fins de vestibular, mas sim como uma prática que circunda vários outros campos sociais. O desenvolvimento de habilidades da escrita como prática social é essencial para que os cidadãos estabeleçam propósitos comunicativos de maneira efetiva. Pretendemos, portanto, discutir o ensino-aprendizagem de língua portuguesa, levando em consideração habilidades e especificidades da escrita, a partir de diferentes perspectivas teóricas, o que, a nosso ver, contribui mormente para diversos olhares sobre a escrita na sala de aula da educação básica. Palavras-chave: Ensino de Língua Portuguesa. Escrita. Educação Básica.
CC09 – Aprender a ensinar com e sobre as tecnologias: relatos de experiências e práticas crítico-reflexivas de formação de professores de línguas adicionais para e com o uso de tecnologias
Coordenação:Camila de Lima Gervaz (USP)Luhema Santos Ueti (USP) O ensino de línguas adicionais tem uma profunda relação com as transformações tecnológicas que impactam diretamente as práticas sociais e educacionais (Menezes, 2019; Costa-Albuquerque; Mayrink; Oliveira, 2020). Atualmente, vivemos um momento decisivo nesse processo, marcado pela expansão de tecnologias de propósito geral, como as ferramentas de inteligência artificial (IA) generativa (Kaufman, 2023). Assim como ocorreu no passado com outras inovações tecnológicas, as tecnologias emergentes têm continuamente transformado a vida em sociedade. Essas inovações reconfiguram práticas sociais e de linguagem, além de redefinirem as relações entre indivíduos e a coletividade, consolidando novas formas de interação mediadas pela tecnologia (Lévy, 2015; Moran, 2000). A integração de tecnologias emergentes no ensino de línguas adicionais tem potencial para ampliar a personalização, a autonomia e o engajamento dos aprendizes. Elas também oferecem suporte ao docente em ações como planejamento pedagógico, elaboração de atividades e avaliações; além de transformar a mediação nas interações linguísticas. Contudo, essas inovações também trazem desafios éticos e pedagógicos, como questões de segurança, privacidade e impactos cognitivos. Diante desse cenário, torna-se necessário desenvolver uma reflexão crítica sobre o papel das tecnologias no ensino de línguas adicionais, promovendo sua integração de forma consciente e ética nos processos de formação inicial e continuada de professores. Esta proposta de comunicação coordenada busca reunir pesquisadores e docentes para compartilhar práticas e experiências que exemplifiquem os potenciais e os desafios dessas tecnologias. À luz da Linguística Aplicada, a discussão explora temas como a influência das tecnologias nos currículos de formação docente e no ensino-aprendizagem de línguas adicionais, com foco nos princípios da Pedagogia dos Multiletramentos (Rojo, 2012) e nos fundamentos da Educação Linguística (Bagno, 2005). Além disso, analisa-se como essas teorias podem dialogar com as transformações nas práticas de linguagem promovidas pelas inovações tecnológicas no contexto contemporâneo. O objetivo é fomentar a troca de saberes e experiências que contribuam para a construção de práticas pedagógicas inovadoras, éticas e críticas. Busca-se promover uma formação linguística alinhada às demandas e desafios do século XXI, fortalecendo habilidades de professores e aprendizes para interagir de maneira crítica e reflexiva com as tecnologias emergentes. Palavras-chave: Formação de professores de línguas adicionais. Tecnologias. Formação crítico-reflexiva. Educação linguística. Pedagogia de Multiletramentos.
CC08 – Educação linguística crítica: transgressão, INdisciplina e representatividade de corpos e sexualidades divergentes no contexto escolar
Coordenação:Wemerson Damasio (UFPR)Mariana Cristine Gonçalles (UFPR) A Linguística Aplicada (LA) em uma perspectiva crítica deve despir-se da concepção de que a pesquisa científica e o trabalho pedagógico trilham caminhos às margens da política e da realidade social (Rajagopalan, 2003), abrindo espaço para discussões e investigações que versem acerca de sujeitos diversos que compõem a sociedade sem que priorizemos determinados corpos em detrimento de outros (Louro, 2019). Esse posicionamento implica reconhecer que a linguagem, longe de ser um fenômeno neutro e puramente estrutural, está inerentemente ligada às relações de poder, às identidades sociais e às dinâmicas de exclusão e inclusão que permeiam diferentes contextos (Rajagopalan, 2003; Bezerra, 2023; Melo, 2024). Nessa direção, pesquisadores/as da LA (Moita Lopes, 2002; 2006; Menezes de Souza, 2019; Duboc; Menezes de Souza, 2021) têm contribuído significativamente ao questionarem paradigmas normativos e proporem abordagens transgressoras, a fim de redescrever práticas e ações injustas, violentas e de sofrimento às diferentes identidades e subjetividades que constituem os sujeitos. No campo de uma LA explicitamente identitária e sexual divergente, o da Linguística Queer (LQ), nomes como Fábio Bezerra (UFPB) e Iran Ferreira Melo (UFRPE; UFPE) destacam-se por tensionar categorias de gênero e sexualidade, desafiando concepções hegemônicas sobre identidade e subjetividade na linguagem. Esses pesquisadores, dentre outras e outros, buscam transgredir e indisciplinar (Moita Lopes, 2006) a LA, entendendo-a como uma área de pesquisa imbuída de questões políticas e emergências sociais, e, por isso, são consideradas essenciais para uma educação linguística pós-moderna, crítica, justa socialmente e inclusiva. Coadunando com os autores citados, esta proposta de comunicação busca ampliar os espaços para reflexões acerca de pesquisas que se debruçam sobre a representatividade linguística de corpos que divergem da norma estabelecida socialmente (Louro, 2019) no ambiente escolar. Considerando que a linguagem é um dos principais instrumentos de construção identitária e de posicionamento social, propõe-se fomentar um debate crítico sobre os efeitos da normatividade linguística e pedagógica na exclusão de grupos historicamente subalternizados, como pessoas negras, indígenas, LGBTQIAPN+, pessoas com deficiência e outros sujeitos cujas identidades não se encaixam nos padrões hegemônicos heteronormativos, transgredindo e indisciplinando conceitos linguísticos e educacionais construídos e impostos socialmente. Além disso, a comunicação almeja discutir as limitações e desafios da representatividade linguística na escola, bem como sugerir caminhos alternativos para a construção de práticas pedagógicas que promovam o pensamento decolonial ao tratar da diversidade e da inclusão. Palavras-chave: Educação linguística crítica, linguística indisciplinar, linguística queer, representatividade, colonialidade/decolonialidade.
CC07 – Formação Inicial de professores de língua estrangeira: problematizações, reflexões e ações
Coordenação:Daniela Mascarenhas Benedini (UNEB)Letícia Telles da Cruz (UNEB) Os estudos sobre a Educação Linguística no Brasil têm revelado as demandas por um ensino de línguas mais humano, crítico e democrático. Os questionamentos da Linguística Aplicada (LA) nos anos 90 já anunciavam as transformações no campo de pesquisa com uma visão de linguagem que não fosse meramente funcional, ou seja, a-política e a-histórica. Assim, a LA reivindica o compromisso político-pedagógico da pesquisa científica sensível ao contexto social, cultural e político (Pennycook, 1998). Passadas três décadas, constatamos que muitos avanços foram alcançados tanto no que concerne ao caráter transdisciplinar dos estudos propostos, quanto à repercussão dos seus achados para compreendermos como o uso da linguagem é historicamente construído em torno de questões de poder e de dominação. No âmbito das licenciaturas de línguas estrangeiras, a perspectiva do pós-método (Kuramavadivelu, 2001, 2006 e ORTALE, 2023), a educação intercultural (Candau, 2020; Mendes, 2022; Benedini, 2018, 2020), as pedagogias decoloniais (Sanches, 2002; Landulfo e Matos, 2021; Walsh, 2009), a educação para justiça social, (BARROS, 2021) e os Letramentos (Ferreira, 2012, 2015, 202; Cruz e Anecleto, 2021) têm ampliado as discussões sobre o papel da linguagem no empoderamento do sujeito e, consequentemente, provocado questionamentos sobre a formação docente: como preparar o/a educador/a de línguas estrangeiras para que ele/ela possa acessar a variedade de expressões culturais em diferentes linguagens apresentadas dentro e fora da sala de aula e torná-la material fonte para realizar um ensino emancipatório de línguas?; como promover desenhos pedagógicos transdisciplinares, éticos e críticos voltados para o ensino de língua estrangeira, em diferentes tempo-espaço de aprendizagem? Nesse sentido, propomos para essa comunicação coordenada a apresentação de trabalhos que tragam pesquisas e experiências desenvolvidas no âmbito do ensino e da aprendizagem de línguas estrangeiras, orientadas para refletirmos sobre esse questionamento, de modo que possamos sugerir caminhos possíveis para a formação de futuros professores comprometidos em pensar uma educação voltada para a leitura do mundo. Palavras-chave: Formação docente. Educação linguística. Línguas estrangeiras.
CC06 – Práticas de linguagem no contexto escolar: os gêneros textuais como unidade de ensino
Coordenação:Maria de Fátima Silva dos Santos (UFRPE)Jane Cristina Beltramini Berto (UFRPE) Sabe-se que o ensino de língua tem como objetivo principal a formação de um usuário (falante, escritor/ouvinte/leitor) competente, que seja capaz de usar a língua nas diversas situações de interação. Assim sendo, a necessidade de uma teoria linguística em que se possa verificar qual a direção que se dá ao ensino-aprendizagem de língua precisa ser feita por meio do texto, unidade fundamentalmente comunicativa da linguagem. Nessa direção, tem-se a Linguística Textual, a qual toma o texto como unidade de investigação, apresentando estudos consideráveis na constituição de um corpo teórico que possa proporcionar a professores e a professoras encaminhamentos para o ensino de língua. Há, portanto, para a Linguística Textual uma preocupação em se estudar o texto, bem como suas ações linguísticas, cognitivas e sociais. Considerando, pois, essa problemática, pretende-se discutir, entre outras questões nesta sessão de Comunicação Coordenada, as contribuições dos estudos linguísticos para o ensino de língua, principalmente de língua portuguesa, tendo os gêneros textuais como unidade de investigação em que se observará o trabalho com a escrita, por meio dos diversos gêneros. Especificamente, pretende-se acentuar pontos comuns que propõem pensar a sua contribuição para o ensino na articulação de elementos teóricos e metodológicos que consideram a língua em uso e, por extensão, os gêneros textuais como unidade de ensino, além de uma abordagem da produção de diversos gêneros e da análise linguística em sala de aula, e da formação docente. Palavras-chave Ensino de língua portuguesa. Gêneros textuais/discursivos. Linguística Aplicada.
CC05 – Conexões críticas no ensino e aprendizagem de literaturas: os letramentos intermidial e literário
Coordenação:Jalmir Jesus de Souza Ribeiro (Promel/UFSJ) A presente comunicação coordenada busca explorar a interseção entre o letramento literário e o letramento intermidial como ferramentas pedagógicas no ensino e na aprendizagem de literaturas, tanto em língua portuguesa como em língua inglesa, ou outras línguas. Partindo da necessidade apontada por Claus Clüver (2000) de fornecer subsídios teóricos e metodológicos para compreender os elementos intermidiáticos, abriremos a oportunidade para que seja discutida a relevância do letramento intermidial como um meio de desenvolver habilidades críticas para estabelecer conexões entre diferentes mídias (Domingos et al., 2023). Ademais, o letramento literário será abordado enquanto processo que potencializa a interação do leitor com a(s) obra(s), promovendo a construção de sentidos sobre os textos, sobre si mesmo e sobre a sociedade (Amorim et al., 2022), tal qual a apropriação desses objetos literários na construção de sentidos (Paulino, Cosson, 2009). A partir desses apontamentos teóricos, será evidenciada a importância de preparar leitores críticos e reflexivos, aptos a compreender os múltiplos sentidos de objetos intermidiáticos e literários. Assim, as apresentações serão fundamentadas em abordagens teórico-reflexivas, podendo contar com exemplos práticos de análises literárias e/ou intermidiais que ilustrem a aplicação dos conceitos discutidos. Desse modo, será promovido um espaço profícuo para debates, buscando integrar diferentes perspectivas e experiências dos participantes. Palavras-chave: Letramentos. Intermidialidade. Literatura. Ensino.
CC04 – Linguística Aplicada e propostas atuais para o ensino de línguas e formação de professores
Sara Guiliana Gonzales Belaonia (UFG) Heliandro Rosa de Jesus (UFVJM/Posling-CEFET-MG) Os estudos mais recentes da Linguística Aplicada, especialmente em sua dimensão crítica/transgressiva, têm direcionado suas preocupações para integrar novos aspectos teóricos e metodológicos da educação, da linguística e das ciências sociais às propostas de ensino de idiomas. Novos construtos teóricos como a decolonialidade, os estudos identitários e interculturais, as teorias queer têm contribuído de forma profícua para o ensino de línguas e para as pesquisas na área. Rajagopalan (2008) defende que a língua estrangeira não pode ser dissociada de seu papel na formação político-cultural da identidade social e individual dos estudantes, por meio do (re)conhecimento de diferentes culturas e formas de pensar e da relação que isso estabelece com a construção da própria identidade. É necessário ter uma visão mais ampla do que significa aprender e ensinar uma língua estrangeira, pois conhecer outro idioma vai muito além de dominar suas estruturas e funções linguísticas ou comunicativas. Também deve-se considerar a participação do aluno nos diversos âmbitos da sociedade globalizada e intercultural, o que conduz a uma maior interação com o mundo ao seu redor e as oportunidades que esse mundo lhe oferece (Leffa, 2012). Nesse contexto, metodologias ativas ganham relevância, pois promovem o protagonismo do aluno no processo de ensino-aprendizagem, estimulando a autonomia, o pensamento crítico e o engajamento com situações reais de interação. Aliadas a isso, as novas tecnologias desempenham um papel essencial na educação contemporânea e o uso de recursos digitais, plataformas colaborativas e ferramentas de inteligência artificial pode potencializar o ensino de línguas, tornando-o mais dinâmico e acessível, ao mesmo tempo em que desafia educadores e pesquisadores a repensarem suas abordagens didáticas. Diante dos desafios atuais, tanto para a educação em geral quanto para o ensino de línguas estrangeiras nas escolas, a formação dos professores de idiomas deve estar ancorada em atividades, conceitos teóricos e práticos que os preparem para atuar conscientemente no papel que desempenharão na formação intelectual, cívica, social, cultural e política dos estudantes. Isso implica não apenas a atualização teórica e metodológica, mas também a capacidade de incorporar a interculturalidade, as metodologias ativas e as novas tecnologias como elementos fundamentais no processo de ensino e aprendizagem. Esta proposta de Comunicação Coordenada tem como objetivo reunir estudos e relatos de experiências sobre os novos aspectos teóricos aplicados ao ensino e à formação de professores de línguas, considerando as contribuições da interculturalidade, das metodologias ativas e das novas tecnologias para o aprimoramento das práticas pedagógicas e das pesquisas na área. Palavras-chave: Linguística Aplicada. Ensino de Línguas. Formação de professores. Metodologias ativas.
CC03 – Formação docente e propostas teórico-metodológicas em língua portuguesa na perspectiva da Educação Linguística Crítica e Decolonial
Coordenação:Karina Pacheco dos Santos Vander Broock (UFPR)Caroline Kretzmann (UFPR) No campo da Linguística Aplicada Indisciplinar (Moita Lopes, 2006, 2009; Fabrício, 2006), são recorrentes as discussões sobre as transformações relativas à vida sociocultural, política e histórica pelas quais o mundo tem passado, bem como as consequências disso para as variadas situações que envolvem as práticas de língua(gem) dentro e fora do contexto educacional. Esses estudos apontam a desaprendizagem (Fabrício, 2006) e a consciência crítica (Monte Mór, 2019; Freire, 2023) como possibilidades para a desestabilização de saberes essencialistas e o consequente aprimoramento do processo de conhecer. Potencializando essas discussões, os estudos decoloniais (Maldonado-Torres, 2018; Mignolo, 2003, 2005; Quijano, 2005; Castro-Gómez; Grosfoguel, 2007; Walsh, 2013; Oliveira, 2023; Queiroz, 2020) apresentam reflexões que nos permitem compreender as consequências da colonialidade como uma estrutura opressora nas relações de poder, saber e ser; bem como se configuram como um novo horizonte utópico e radical para ação libertadora humana (Ballestrin, 2013). Essas perspectivas outras têm influenciado no modo como são construídos os currículos e conduzidas as práticas docentes que se propõem a transgredir (hooks, 2017), sendo responsivas à vida social. Tais práticas se configuram como tentativas de contribuir para a ampliação da justiça social e diminuição de desigualdades (Queiroz, 2020) em um cenário cada vez mais crescente de violências de toda ordem, apagamentos, injustiças e desigualdades. Acreditamos, pois, numa Educação linguística crítica/ ampliada/ cidadã/ decolonial (Cavalcanti, 2013; Mattos Brahim; Jordão, 2023; Monte Mór, 2024; Gomes, 2025) como forma de nos aproximarmos dessas práticas outras, voltando-nos tanto para a formação linguística quanto social das/os estudantes. Ainda, preocupamo-nos com caminhos para propiciar esse tipo de educação, por isso, buscamos o compartilhamento de propostas teórico-metodológicas para a educação linguística em língua portuguesa e para a formação docente inicial e continuada crítica, considerando intersecções de raça, gênero, sexualidade, etnia, classe social etc. Essas propostas podem incluir, por exemplo, tanto a produção autoral de materiais didáticos quanto práticas outras de educação linguística que partam de lógicas plurais, mas contextualizadas à realidade das/os estudantes para que possam agir em seus contextos locais (Queiroz, 2020). Discussões nessa direção são prementes e ressaltam a importância de uma formação inicial e continuada docente voltada à: ampliação da criticidade (Monte Mór, 2023); valorização do repertório discente, das práticas de rigorosidade, da relação dialógica e da tolerância com o diferente (Freire, 1996); e, consequentemente, decolonialidade das práticas pedagógicas (Walsh, 2016). Palavras-chave: Linguística Aplicada Indisciplinar. Decolonialidade. Educação linguística crítica. Formação docente. Materiais didáticos.