Coordenação:
Camila de Lima Gervaz (USP)
Luhema Santos Ueti (USP)
O ensino de línguas adicionais tem uma profunda relação com as transformações tecnológicas que impactam diretamente as práticas sociais e educacionais (Menezes, 2019; Costa-Albuquerque; Mayrink; Oliveira, 2020). Atualmente, vivemos um momento decisivo nesse processo, marcado pela expansão de tecnologias de propósito geral, como as ferramentas de inteligência artificial (IA) generativa (Kaufman, 2023). Assim como ocorreu no passado com outras inovações tecnológicas, as tecnologias emergentes têm continuamente transformado a vida em sociedade. Essas inovações reconfiguram práticas sociais e de linguagem, além de redefinirem as relações entre indivíduos e a coletividade, consolidando novas formas de interação mediadas pela tecnologia (Lévy, 2015; Moran, 2000). A integração de tecnologias emergentes no ensino de línguas adicionais tem potencial para ampliar a personalização, a autonomia e o engajamento dos aprendizes. Elas também oferecem suporte ao docente em ações como planejamento pedagógico, elaboração de atividades e avaliações; além de transformar a mediação nas interações linguísticas. Contudo, essas inovações também trazem desafios éticos e pedagógicos, como questões de segurança, privacidade e impactos cognitivos. Diante desse cenário, torna-se necessário desenvolver uma reflexão crítica sobre o papel das tecnologias no ensino de línguas adicionais, promovendo sua integração de forma consciente e ética nos processos de formação inicial e continuada de professores. Esta proposta de comunicação coordenada busca reunir pesquisadores e docentes para compartilhar práticas e experiências que exemplifiquem os potenciais e os desafios dessas tecnologias. À luz da Linguística Aplicada, a discussão explora temas como a influência das tecnologias nos currículos de formação docente e no ensino-aprendizagem de línguas adicionais, com foco nos princípios da Pedagogia dos Multiletramentos (Rojo, 2012) e nos fundamentos da Educação Linguística (Bagno, 2005). Além disso, analisa-se como essas teorias podem dialogar com as transformações nas práticas de linguagem promovidas pelas inovações tecnológicas no contexto contemporâneo. O objetivo é fomentar a troca de saberes e experiências que contribuam para a construção de práticas pedagógicas inovadoras, éticas e críticas. Busca-se promover uma formação linguística alinhada às demandas e desafios do século XXI, fortalecendo habilidades de professores e aprendizes para interagir de maneira crítica e reflexiva com as tecnologias emergentes.
Palavras-chave: Formação de professores de línguas adicionais. Tecnologias. Formação crítico-reflexiva. Educação linguística. Pedagogia de Multiletramentos.