Coordenação:
Daniela Mascarenhas Benedini (UNEB)
Letícia Telles da Cruz (UNEB)
Os estudos sobre a Educação Linguística no Brasil têm revelado as demandas por um ensino de línguas mais humano, crítico e democrático. Os questionamentos da Linguística Aplicada (LA) nos anos 90 já anunciavam as transformações no campo de pesquisa com uma visão de linguagem que não fosse meramente funcional, ou seja, a-política e a-histórica. Assim, a LA reivindica o compromisso político-pedagógico da pesquisa científica sensível ao contexto social, cultural e político (Pennycook, 1998). Passadas três décadas, constatamos que muitos avanços foram alcançados tanto no que concerne ao caráter transdisciplinar dos estudos propostos, quanto à repercussão dos seus achados para compreendermos como o uso da linguagem é historicamente construído em torno de questões de poder e de dominação. No âmbito das licenciaturas de línguas estrangeiras, a perspectiva do pós-método (Kuramavadivelu, 2001, 2006 e ORTALE, 2023), a educação intercultural (Candau, 2020; Mendes, 2022; Benedini, 2018, 2020), as pedagogias decoloniais (Sanches, 2002; Landulfo e Matos, 2021; Walsh, 2009), a educação para justiça social, (BARROS, 2021) e os Letramentos (Ferreira, 2012, 2015, 202; Cruz e Anecleto, 2021) têm ampliado as discussões sobre o papel da linguagem no empoderamento do sujeito e, consequentemente, provocado questionamentos sobre a formação docente: como preparar o/a educador/a de línguas estrangeiras para que ele/ela possa acessar a variedade de expressões culturais em diferentes linguagens apresentadas dentro e fora da sala de aula e torná-la material fonte para realizar um ensino emancipatório de línguas?; como promover desenhos pedagógicos transdisciplinares, éticos e críticos voltados para o ensino de língua estrangeira, em diferentes tempo-espaço de aprendizagem? Nesse sentido, propomos para essa comunicação coordenada a apresentação de trabalhos que tragam pesquisas e experiências desenvolvidas no âmbito do ensino e da aprendizagem de línguas estrangeiras, orientadas para refletirmos sobre esse questionamento, de modo que possamos sugerir caminhos possíveis para a formação de futuros professores comprometidos em pensar uma educação voltada para a leitura do mundo.
Palavras-chave: Formação docente. Educação linguística. Línguas estrangeiras.