ST39 – Tecnologias disruptivas e o ensino de línguas: como a Inteligência Artificial e a Realidade Aumentada podem contribuir para outros caminhos
Coordenação:Tâmara Milhomem (IFPI)Claudiene Diniz da Silva (UEMA) A evolução tecnológica do século XXI teve um progresso exponencial com o desenvolvimento da Inteligência artificial (IA), possibilitando novas invenções em diversos segmentos. Uma delas é a Realidade Aumentada (R.A.), que se caracteriza pela utilização de tecnologia multissensorial e de recursos multimídia para a criação de ambientes parcialmente artificiais. Essas e outras tecnologias disruptivas podem contribuir para o processo de ensino-aprendizagem em todos os níveis de educação, e para elencar tais contribuições, surge o presente simpósio. Assim, o objetivo geral deste simpósio é abrir um espaço de discussões para pesquisas que versem sobre a utilização da IA, da RA e de tecnologias digitais variadas no ensino-aprendizagem de línguas, seja materna ou estrangeiras. Tendo em vista esses novos caminhos, este simpósio visa agrupar estudos que apresentem os fundamentos da Inteligência Artificial, promovendo uma reflexão sobre suas potencialidades nos estudos da linguagem, debatendo também seu uso de forma ética. Questões como escrita de textos artificiais, tradução, revisão ortográfica, síntese de obras completas, mediadas por IA, como também plágio e humanização de textos artificiais são de interesse neste simpósio. Do mesmo modo, também há espaço para pesquisas que versem sobre a RA e suas potencialidades de aplicação no ensino de línguas. Dessa forma, será oportunizada a apresentação e discussão de diferentes perspectivas teóricas e práticas sobre o assunto, com o intuito de contribuir para o desenvolvimento do ensino de línguas. Palavras-chave: Inteligência Artificial, Realidade aumentada, Tecnologia, Ensino-aprendizagem.
ST38 – Inteligência Artificial no ensino de línguas: impactos pedagógicos, personalização da aprendizagem, inclusão e desafios éticos
Coordenação:Gonzalo Abio (UFAL)Tatiana Lourenço de Carvalho (UERN) O uso crescente da Inteligência Artificial (IA) no ensino de línguas tem gerado novos paradigmas pedagógicos, oferecendo ferramentas inovadoras que podem transformar a forma como a aprendizagem linguística é realizada. Considerando essa realidade, no simpósio temático em questão, nos propomos a realizar uma reflexão crítica sobre os impactos e desafios da IA no ensino de línguas, com foco em tecnologias baseadas em IA, como chatbots, assistentes virtuais e plataformas adaptativas, têm influenciado a prática pedagógica, as metodologias de ensino e o desenvolvimento das competências linguísticas. Ao longo do simpósio, serão discutidas questões sobre a personalização da aprendizagem, a adaptação do ensino às necessidades individuais dos alunos e o potencial da IA para promover a inclusão no ensino de línguas. Também serão abordados os desafios éticos e pedagógicos do uso dessas tecnologias, como a relação entre a automação e o papel do professor, a privacidade dos dados dos alunos e as implicações para a qualidade do ensino. A proposta busca reunir pesquisadores, professores e especialistas para compartilhar experiências, análises e propostas de soluções diante dos desafios que surgem com a integração da IA no ensino de línguas, contribuindo para o desenvolvimento de práticas educacionais mais eficazes, inovadoras e inclusivas. Palavras-chave: Inteligência artificial (IA), Ensino de línguas, Impactos éticos e pedagógicos.
ST37 – Linguagem on-line e ensino-aprendizagem de línguas: múltiplas identidades e diversidade linguístico-cultural na era da informação
Coordenação:Jailma do Socorro Uchôa Bulhões Campos (UFPA)Brayna Conceição dos Santos Cardoso (UFPA) Com o surgimento das diferentes inovações tecnológicas, verifica-se mudanças aceleradas nos variados setores da vida, transformando várias práticas e impactando no surgimento de novos hábitos de comportamento e cultura (compras online, pagamentos digitais, aulas/curso digitais, comunicação por redes sociais etc.), com a formação de um novo ethos humano. A tecnologia, nessa perspectiva, influencia um conjunto de práticas, valores e formas de pensar e estar no mundo, trazendo à tona a concretização da cultura digital ou cibercultura (Lévy, 1999). As mudanças com essas novas experiências gradativamente têm contribuído para transformações culturais e, sobretudo, modificam/ram a linguagem e as práticas comunicativas (Barton; Lee, 2015). No que respeita à educação, há grandes desafios e potencialidades no que compete ao ensino-aprendizagem de línguas, especialmente porque é necessário também compreender como a linguagem se constitui para a construção de sentidos nos espaços digitais. Com as novas mídias, houve o surgimento de novas relações entre autor e leitor, com alteração do conceito de autoria (Xavier, 2010), novos gêneros identificados na Web, novos letramentos e o aparecimento do hiperleitor (Takaki, 2012), a hipermídia com as convergências de múltiplas semioses, sobrelevando a multimodalidade (Ribeiro, 2021), dentre outros fenômenos. Diante disso, é necessário o desenvolvimento de práticas pedagógicas voltadas para o ensino de línguas que contemplem a linguagem e sua complexa constituição nos espaços online para comunicação e informação. Dessa forma, a partir deste trabalho, investiga-se como os usos da linguagem são afetados pelas mudanças promovidas pela cultura digital e quais são as implicações no ensino-aprendizagem de línguas. Nesse sentido, este Simpósio temático assume como objetivo promover a apresentação e a discussão de pesquisas concluídas ou em fase avançada de desenvolvimento que abranjam abordagens sobre a linguagem online e o ensino-aprendizagem de línguas, a fim de criar um espaço de discussão com pesquisadores acerca de características da comunicação mediada pelas telas e ensino de variação linguística, múltiplas identidades e diversidade linguístico-cultural online, com seus estilos linguísticos, novos letramentos e domínios semióticos, letramento digital, estudos de textos produzidos em práticas situadas na rede Internet, novas virtualidades e usos da linguagem, práticas de escrita e leitura nas redes e usos de plataformas ou multimídia, tendo em vista as implicações para o ensino-aprendizagem de línguas. Almeja-se que o trabalho desenvolvido por esse simpósio fortaleça as áreas de estudos da linguagem e ensino de línguas, contribuindo para o avanço na produção científica nesse campo do conhecimento. Palavras-chave: Linguagem on-line, Ensino-aprendizagem de línguas, Tecnologias digitais, Cultura digital, Diversidade linguístico-cultural em redes.
ST36 – Políticas Linguísticas em Línguas de Sinais: impactos na vida das pessoas Surdas
Coordenação:Janine Soares de Oliveira do Carmo (UFSC)Bianca Sena Gomes (UFV) De acordo com Spolsky (2016), políticas linguísticas envolvem, além da gestão da linguagem, as práticas de linguagem e as crenças e valores que circulam a respeito delas. Expandindo essa ideia, Garcez e Schulz (2016) explicam que onde há grupos de pessoas que falam línguas, há também decisões sobre as línguas utilizadas. Os autores definem como “políticas” este grupo de escolhas e discussões que levam até elas. Entendemos que no âmbito das línguas de sinais (LS), incluindo a Libras, há uma significativa atividade política [linguística], desde as publicações de Stokoe (1960) e, no caso do Brasil, principalmente da promulgação da chamada Lei da Libras (Lei 10.436/2002). Tais ações, no Brasil, vão desde a articulação da sociedade civil organizada para a participação no texto do Decreto 5.626/2005 (Lodi, 2013), que regulamentou a Lei da Libras, passando pela oferta dos primeiros cursos de graduação em Letras-Libras (Quadros e Stumpf, 2014), bem como pela consolidação e expansão destes cursos – atualmente, são 69 cursos ofertados nas IES no país (Rocha, 2023) – chegando até a produção de glossários, videoaulas, materiais didáticos e uma intensa produção acadêmica sobre a Libras. O Decreto 5.626/2005 teve um papel marcante nessa trajetória pois, enquanto a Lei de Libras reconheceu a língua, foi ele que determinou diretrizes de como se formariam os professores desta língua e os profissionais tradutores-intérpretes. Deste modo, as políticas linguísticas no âmbito da Libras envolvem diferentes atores em diversos contextos. Ao propor este simpósio temático, estamos interessadas em pesquisas e práticas que almejam articular conversas sobre ações realizadas nestes diferentes contextos e que busquem além de “equipar” as Línguas de Sinais, com listas de vocabulários (glossários, dicionários, sinalários), dar visibilidade e garantia aos direitos linguísticos das pessoas Surdas. Além disso, propomos uma reflexão sobre o governamento linguístico (Witchs e Lopes, 2020), ou seja, sobre como a língua oficial opera como uma tecnologia de governamento, que age sobre a população Surda. Nesse sentido, entendemos que projetos voltados à partilha de conhecimentos em LS (pesquisas sobre aquisição da linguagem, ensino de LS, formação de professores), garantia de acesso à informação em LS para pessoas Surdas (tradução, interpretação etc.), bem como produção de materiais didáticos em LS (ou outras ações no campo da educação de Surdos) terão lugar neste espaço de debate transdisciplinar. Esperamos, a partir das discussões, estabelecer parcerias para ações futuras de atividades políticas linguísticas, visando promover a interação entre a universidade e a sociedade. Palavras-chave: Políticas Linguísticas, Pessoa Surda, Línguas de Sinais, Libras.
ST35 – A política dos corpos interditados: raça, gênero, sexualidade, identidade e discurso de resistência
Coordenação:Humberto Soares da Silva Lima (IFAL)Ana Luiza Azevedo Fireman (IFAL) Os corpos falam e (se) situam em locais e espaços onde os marcadores sociais da diferença (raça, gênero, sexualidade, linguagem, identidade, território, classe, língua e outros) são necessários para construção de processos de resistência. Não há entendimento do corpo, como ação e “performance identitária” (Butler, 2019; 2022), sem a compreensão dos marcadores sociais da diferença que determinam a ação humana, confirmando e legitimando dinâmicas sociais e políticas que se firmam aos movimentos do que entendemos como a “política dos corpos interditados”. Dessa forma, este simpósio pretende lançar mão dos marcadores sociais da diferença como estruturas identitário-políticas (Melo, 2024) que, paralelamente às relações teórico-metodológicas (Bezerra, 2023), envolvem pesquisas-vida situadas nes/as/os e peles/as/os sujeites/as/os. Em outras palavras, a partir de estudos contemporâneos interdisciplinares e contracoloniais, oriundos da década de 80 e 90 do século XX, sob a interface – linguagem (identidade), gênero e raça – problematizamos vivências e experiências de pessoas e/ou grupos socialmente vulneráveis (população LGBTQIAPN+, negros/as, mulheres, quilombolas, ribeirinhos/as, sertanejos/as, nordestinos/as, assentados/as, pcd’s, gordos/as e outros) para, assim, pensarmos em estratégias de vida as quais julgamos urgentes em contextos de pseudoconservadorismos. Assim, as demandas que incidem sobre os corpos interditados, pensando na relação corpo, sociedade, linguagem e resistência em diálogo com Louro (2014), Hall (2022), Butler (20219) e Ramos (2024), necessitam de questionamentos e evidências políticas de tal modo que possam borrar/manchar o que se entende por pensamento cisheteropatriarcal, que não se sustenta mais, diga-se de passagem. Metodologicamente, pelos vieses da pesquisa qualitativa em Linguística Aplicada (Brahim, 2024), como processo de construção do social (Moita Lopes, 2006), dialogamos com diversos métodos de pesquisa em que as discussões centram-se no caráter “processual de humano” (Bortoni-Ricardo, 2008), envolvendo a ação de pesquisadore com de pesquisade. Então, indo na contra-mão do pensamento alinhado à extrema-direita de descredibilizar identidades, corpos, pessoas, performances, gêneros, raças, sexualidades e outros, acreditamos em uma linguística social e em teorias do discurso, na dimensão política da língua(gem) (Sousa e Braga, 2024) que esteja comprometida com a diversidade de pensamentos, cujas relações sociais e políticas sejam equânimes, a fim de gerar não segregação e distanciamento, mas que seja uma linguística social-política que possa oportunizar discursos da diferença, discursos de equidade, discursos de aproximação e principalmente discursos de respeito onde todes possam ser legitimades em sua integridade de agir e ser/estar no mundo (Hooks, 2020). Palavras-chave: Discurso, Resistência, Corpos Interditados, Pesquisas-vida, Ação.
ST34 – Questões de gênero e(m) discurso: representações, identidades e (re)existências em uma perspectiva crítica
Coordenação:Lorena Araújo de Oliveira Borges (UFAL) Partindo de uma perspectiva crítica dos estudos do discurso e assumindo que as questões sociais são sempre articuladas e mantidas por meio de aspectos discursivos, o presente simpósio tem o objetivo de discutir as relações entre linguagem e questões de gênero, observando o papel central que o discurso ocupa não apenas na naturalização de opressões e violências, mas também na configuração de identidades e na proposição de projetos de (re)existência que visem a superação dos problemas de gênero. Gênero, aqui, é compreendido como uma construção relacional, configurado em meio às práticas sociais e seus diferentes momentos, de modo que os processos de representação, identificação e (re)existência implicam, necessariamente, uma articulação interseccional com outras questões sociais, como raça, etnia, sexualidade, classe, trabalho, família, territorialidade, etc. Nesse sentido, contemplaremos, neste simpósio, um diálogo entre trabalhos transdisciplinares e, principalmente, decoloniais que busquem investigar, em diálogo com as fundamentações onto-epistemológicas e as perspectivas teóricas desenvolvidas no âmbito dos Estudos Críticos do Discurso, questões de gênero latino-americanas e brasileiras em discurso. Serão particularmente bem-vindas propostas que abordem temas como o ativismo social e acadêmico, as questões de gênero na (inter)ação midiática, escolar e política e o papel das redes sociais na configuração das violências de gênero, do sexismo e da misoginia, bem como no enfrentamento e no combate a essas opressões. Palavras-chave: Discursos, Gêneros, Representações, Identidades, (Re)existências.
ST33 – Para ensaiar futuros: sertão/Nordeste/semiárido (e outros espaços) em estudos de uma Geografia Discursiva (sob os pressupostos de uma Linguística Aplicada Cuir para cortar)
Coordenação:Ismar Inácio dos Santos Filho (UFAL-Campus do Sertão; PPGLL-FALE)Hugo Pedro da Silva Santos (PPGEL-UFRN; UFAL-Campus do Sertão) Ao considerarmos a constituição da Linguística Aplicada, desde seu surgimento, na década de 1940, e sua chegada ao Brasil, nas décadas de 1960-1970, é de grande relevância que problematizemos seus contextos, interesses, objetos, conceitos e procedimentos analíticos, de modo a nos situarmos na área. Nesse processo de uma historiografia desse campo de investigação nos estudos em linguagem, discutir e estranhar os (re)arranjos linguístico-morfossintáticos para o título “Linguística Aplicada” é do mesmo modo uma maneira de refletir e tomarmos decisões epistemológicas. No Grupo de estudos em linguística aplicada/queer-cuir em questões do sertão alagoano (Gelasal-Ufal), em constantes diálogos históricos com a Linguística Aplicada, assumimos uma filiação explícita e direta aos estudos em Linguística Aplicada em Luiz Paulo da Moita Lopes, Inês Signorini, Branca Falabella Fabrício e Alastair Pennycook, reconhecendo-nos em uma Linguística Aplicada trans-indisciplinar, crítico-transgressiva, “para cortar”, propondo-nos a ferir sensibilidades, sentimentos e pensamentos, visando (frente às perplexidades sociais, que são socio-enunciativas), provocar mudanças socioculturais, de modo a ensaiar (outros) futuros possíveis, produzindo espaços-relações em que todas as vidas sejam vivíveis, em projetos investigativos agridoces. Nesse desenho da área e de seu fazer pesquisa, a língua(gem) está para uma “efervescência de uma fervura” (Signorini, 2012) em práticas enunciativo-discursivas (nos parâmetros do Círculo de Bakhtin), em “assemblages” (Pennycook, 2024). Especificamente, temos empreendido um fazer Linguística Aplicada/Queer-Cuir (para cortar) que se reconhece como uma Geografia discursiva (Santos Filho, 2022; Santos Filho e Santos, 2024), na qual investigamos a interface linguagem e território, em suas diversas nuances, estranhando cenas enunciativo-discursivas que participam da produção do recorte espacial sertão/Nordeste/semiárido (e outros espaços), sob a amálgama espaços-tempos-sujeitos-linguagens. Assim, neste Simpósio, abrimo-nos a receber discussões interessadas no fazer Linguística Aplicada, em estranhar a relação linguagem-território, seja acerca do recorte sertão/Nordeste/semiárido, seja sobre outros espaços, tematizando ou a área, ou esse objeto de estudos, ou os processos metodológicos, ou os imbricamentos teórico-conceituais (em seus curtos-circuitos), ou a produção do corpus, ou os seus resultados, sob os propósitos de “atacar” espaços (em suas invenções discursivas – aqui em forte diálogos com o historiador dos espaços Durval Muniz de Albuquerque Júnior), para que possamos juntes participar da construção dessa Geografia discursiva, como uma importante contribuição aos estudos sociais e linguístico(semióticos)-enunciativo-discursivos. Palavras-chave: Linguística Aplicada, Geografia discursiva, Linguagem e território.
ST32 – Linguagem, educação linguística e práticas identitárias em disputa na América Latina
Coordenação:Danillo da Conceição Pereira Silva (IFAL)Ricardo Jorge de Sousa Cavalcanti (IFAL) As relações entre práticas de língua(gem) e processos identitários têm sido alvo crescente de pesquisas na Linguística Aplicada contemporânea. Essa ênfase se deve, dentre outras razões, ao compromisso ético, político e epistêmico desse campo indisciplinar com uma produção crítica do conhecimento científico, responsiva às paisagens sociais vigentes, marcadas pelo aprofundamento das desigualdades raciais, socioeconômicas, de gênero e de sexualidade, típicas desse território fundado sob a violência colonial. Nesse cenário, as diferentes manifestações semióticas da linguagem e as práticas de educação linguística constituem-se em um campo de disputas decisivo à compreensão da sociedade contemporânea e às suas dinâmicas identitárias. Este Simpósio Temático tem como objetivo congregar trabalhos oriundos de práticas de investigação, docência e ativismo que se dediquem a interpretar criticamente o papel da linguagem e da educação linguística nas práticas identitárias contemporâneas, sublinhando, de modo especial, o papel dos mais diversos marcadores sociais da diferença e as interseccionalidades na produção das paisagens sociais atuais. Almejamos que os trabalhos apresentados abordem temas sobre: gênero, feminismos, sexualidades e discursos; ativismos linguísticos; raça, racismo e decolonialidades; letramentos (escolares e não-escolares) e suas implicações com práticas identitárias; educação linguística e direitos humanos; formação docente na área de línguas e justiça social; políticas curriculares, relações de poder e desigualdades; educação das relações étnico-raciais e práticas de linguagem dentro e fora da escola, entre outros temas aderente ao escopo aqui proposto. Em linhas gerais, esperamos que o Simpósio promova a construção de redes de diálogo e resistência crítica às dinâmicas capitalistas, colonialistas e cis-heteronormativas vigentes, apontando o papel da linguagem na produção de formas alternativas de existir e produzir conhecimento a partir da Linguística Aplicada. Palavras-chave: Processos identitários, Produção crítica do conhecimento científico, Educação linguística, Formação docente, Ativismo linguístico.
ST31 – Convergências acadêmicas: inovação e práticas letradas por meio de gêneros textuais/discursivos na Educação Básica e Superior
Coordenação:John Hélio Porangaba de Oliveira (UESPI/Capes)José Ribamar Lopes Batista Júnior (UFPI/LPT/CNPq) No crescente cenário educacional, dinâmico e interconectado, este simpósio se estabelece como um espaço fundamental para a exploração e o debate sobre as práticas multifacetadas envolvendo gêneros da esfera acadêmicos (Marcuschi, 2008; Bakhtin, 2011). Reconhecendo a importância crucial da comunicação eficaz e da produção de conhecimento nas diversas etapas da formação, desejamos acolher pesquisas empíricas, relatos extensionistas detalhados e metodologias de ensino inovadoras que busquem transformação e aprimoramento no uso desses gêneros na educação, abrangendo tanto o ensino básico quanto o superior. O objetivo principal é proporcionar um espaço de diálogo construtivo e colaborativo entre pesquisadores, educadores, estudantes de graduação e pós-graduação, permitindo a troca de experiências, a disseminação de boas práticas e a construção coletiva de conhecimentos que integram teoria e prática. As propostas são valorizadas quando trazem novas perspectivas teóricas, ferramentas práticas e abordagens inovadoras para o ensino de temas de conhecimento através de gêneros acadêmico-científicos, como resumos, resenhas, artigos, relatórios de pesquisa, projetos de pesquisa e extensão e apresentações orais, que respeitem as especificidades dos contextos educacionais, bem como as diversidades culturais e sociais presentes nas salas de aula. Encorajamos participantes a compartilhar suas experiências e descobertas, centrando-se em aspectos teóricos, práticos e metodológicos, com ênfase na promoção dos letramentos científicos e acadêmicos nas práticas e processos de produção de gêneros textuais (Fischer, 2007; 2008; Bezerra, 2015; 2022; Sousa; Batista Jr., 2023; Batista Jr. et al., 2024). Por exemplo, estudos de caso que demonstrem o impacto de uma determinada metodologia no desenvolvimento da escrita acadêmica dos alunos serão particularmente bem-vindos. Este simpósio oferece uma oportunidade ímpar para construir redes de apoio e colaboração contínuas, alinhadas às necessidades e desafios contemporâneos no contexto educacional, incluindo o uso de tecnologias digitais e a promoção da inclusão. Palavras-chave: Gêneros acadêmico-científicos, Educação básica e superior, Inovação educacional, Metodologias de ensino, Colaboração e diálogo.
ST30 – Letramentos com foco em atividades de trabalho: algumas discussões sobre práticas e eventos de letramento desenvolvidos no âmbito do cotidiano escolar e em outros contextos profissionais
Coordenação:Ana Maria de Oliveira Paz (FELCS/UFRN)Jardiene Leandro Ferreira (IF/Sertão/PE) A Linguística Aplicada (LA) é uma área de “caráter mestiço e transdisciplinar, caracterizada por se voltar para problemas sociais em que os usos da linguagem têm papel central” (Moita Lopes, 2006, p. 100) que busca lançar luzes e criar legibilidades sobre questões de linguagem que permeiam as mais diversas instâncias sociais. No âmbito da LA, os Estudos de Letramento se configuram como uma esfera de conhecimento expressivamente vasta e fértil em termos de discussões e investigações científicas com foco nos usos sociais da leitura e da escrita. Suas contribuições têm colaborado significativamente para focalizar as implicações que esses usos têm provocado na atuação humana em diferentes contextos. No campo das atividades de trabalho, os letramentos são concebidos como usos por meio dos quais agem os sujeitos mediante práticas de escrita no intuito de realizar ações alusivas às suas atividades profissionais cotidianas (Paz, 2024). No campo das atividades de trabalho, esses letramentos se organizam e se realizam conforme as especificidades das funções assumidas pelos profissionais, assim como pelos aspectos que compõem cada espaço de atuação, o que ressalta o caráter situado e múltiplo desses fenômenos. Diante do exposto, o presente simpósio se propõe discutir recortes de pesquisas concluídas ou em desenvolvimento, que tenham como foco práticas e/ou eventos de letramento voltados às atividades de trabalho, implementadas não somente por profissionais que atuam no âmbito das atividades escolares, mas também em outras instâncias (da saúde, do comércio, da indústria, da segurança, dentre tantas outras) e instituições sociais, no sentido de compartilhar conhecimentos e gerar reflexões sobre as práticas letradas no trabalho e seus impactos para o desenvolvimento das atividades. Em termos teóricos, as discussões devem se aportar na vertente sociocultural dos letramentos (Street, 1984; 1995; 2001; 2003; Kleiman, 1995; 2006), preferencialmente em sua perspectiva crítica (Shor, 1992, 1998, 2002, 2020; Shor; Pari, 1999; Moutinho; Santos, 2020), respaldadas pela Pedagogia Crítica postulada por Freire (1971, 1978, 1979, 1982, 1992, 1996, 2001, 2009). Metodologicamente, as pesquisas em discussão devem estar situadas no campo da LA, além de seguir as orientações de investigações do paradigma de pesquisa de abordagem qualitativa (Bogdan; Biklen, 1994; Flick, 2009), interpretativista (Moita Lopes, 1994). Como resultados, espera-se que as discussões geradas a partir das pesquisas apresentadas possam contribuir para o compartilhamento de saberes referentes às práticas letradas em questão, assim como para a expansão do foco das investigações no campo dos letramentos profissionais, cuja ênfase esteve durante muito tempo direcionadas às atividades e as questões do ser professor. Palavras-chave: Letramentos profissionais, Eventos e práticas de letramento, Linguística Aplicada.