ST51 – Perspectivas para a educação linguística em Português como Língua não materna em múltiplos contextos
Coordenação:Valdiney da Costa Lobo (UNILA)Tiago Alves Nunes (UFBA) Os contextos de educação linguística em português como língua não materna são diversos, levando em consideração os âmbitos políticos, sociais, interculturais, nacional e internacional, o português como língua pluricêntrica (Clyne, 1992; Muhr, 2012; Pinto, 2022) e o plurilinguismo (Maher, 2007). Assim, há uma variabilidade de campos teóricos e práticos que estão em constante desenvolvimento e em atividade, de modo que podemos citar alguns: a educação linguística em contextos bi/multilíngues (Megale; El Kadri, 2023) e/ou transfronteiriços; o ensino a migrantes em mobilidade transnacional de fluxo forçado, sobretudo oriundos do Sul Global; políticas de ensino de português a estudantes internacionais em Programas nacionais, como é o caso do PEC-G (Programa de estudantes-convênio da Graduação) etc. Nesse contexto de diversidade, este simpósio temático objetiva reunir pesquisas, de diversas naturezas teóricas e metodológicas, que abordem a educação linguística em português a partir de diferentes perspectivas, tais como as do português para falantes de outras línguas (PFOL), língua adicional (PLA), língua de herança (PLH), língua de acolhimento (PLAc), em suas mais distintas conjunturas de ensino e pesquisa. Para tanto, são bem-vindos trabalhos que discutam, por exemplo, de que modo as praxiologias em educação linguística estão sendo teorizadas e aplicadas; como materiais didáticos são construídos, utilizados e a partir de que perspectivas; de que maneira políticas locais e nacionais estão sendo desenvolvidas para subsidiar a educação linguística e a formação de professoras(es) nos contextos supracitados; como as identidades, a interculturalidade e a decolonialidade são pensadas, ou não, para a promoção de ambientes e aprendizagens com foco na valorização das diversidades linguísticas, social, cultural, política etc, bem como no engajamento de práticas de letramentos antirracistas, anti-xenófobas (Lobo, 2018; Mulico; Lobo, 2024) e outros temas sócio-historicamente relevantes que abarquem a perspectiva aqui explicitada. Palavras-chave: Educação Linguística, Português, Pluricentrismo, Multilinguismo.
ST50 – A Formação do docente de línguas Adicionais mediada pelas Tecnologias Digitais
Coordenação:Valéria Jane Siqueira Loureiro (UFS)Mercedes Magdalena Rodriguez (UEFS) Este simpósio tem como objetivo dialogar, interagir e refletir sobre a formação docente no âmbito das línguas adicionais, considerando os desafios e as oportunidades trazidos pelas tecnologias digitais no contexto atual da educação. Duas competências essenciais para os professores de línguas são destacadas: a sistematização de recursos semióticos em ambientes virtuais e a gestão de dispositivos pedagógicos baseados em hipergênero e navegação na textualidade navegante (ou nas textualidades navegantes). Essas competências são fundamentais diante da multimodalidade dos textos (Ribeiro, 2016) e das práticas linguísticas na Web 2.0, que ampliam as possibilidades de aprendizagem comunicativa e demandam novas formas de compreensão sobre o contexto e os eventos comunicativos. A pandemia de Covid-19 acelerou a incorporação das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) no ensino, fortalecendo as Competências Digitais Docentes (CDD). Com a adoção do Ensino Remoto Emergencial (ERE) (Hodges et al. 2020; Vicentini, 2020) e a transição para modalidades híbridas e à distância (Bacich; Neto; Trevisani, 2019), as universidades e instituições educativas reformularam suas práticas pedagógicas, promovendo maior flexibilidade e adaptabilidade nos processos formativos. Essa transformação se reflete na necessidade de desenvolver o letramento digital dos estudantes, essencial para sua educação linguística no mundo contemporâneo. O simpósio propõe-se como um espaço para compartilhar teorizações e práticas pedagógicas, baseadas na Linguística Aplicada e na Educação, que integram as TDIC na formação docente (Moreira; Henriques; Barros, 2020). Visa, também, refletir sobre o aprendiz como sujeito contemporâneo, com identidade em constante transformação (Moita Lopes, 2006; Hall, 2003) e engajado em um pensamento crítico de resistência (Walsh, 2017). Dada a crescente relevância do ensino de línguas adicionais, espera-se receber trabalhos que abordem experiências, desafios e estratégias em áreas como ensino remoto, híbrido, metodologias ativas, aprendizagem híbrida (blended learning), sala de aula invertida (flipped classroom), gamificação, aprendizagem ubíqua e contínua (seamless learning), bem como o uso de redes sociais, aplicativos, mídias digitais e telecolaboração. Em um cenário de transformação permanente, este simpósio busca contribuir para práticas pedagógicas inovadoras que garantam qualidade na educação, independentemente da modalidade, ao mesmo tempo que valorizam a diversidade de fluxos de informação, multiletramentos ou letramentos múltiplos (Rojo, 2010; Rojo; Moura, 2019) e adaptações curriculares para atender às demandas contemporâneas e futuras da formação docente mediada por tecnologias digitais. Palavras-chave: Plataforma Moodle, Ambiente Virtual de Aprendizagem, Material didático digital, Educação linguística bilíngue, Segunda Língua.
ST49 – Desenvolvimento fonético-fonológico de línguas não nativas
Coordenação:Felipe Flores Kupske (UFRGS)Joceli Rocha Lima (UESB) A área de desenvolvimento fonético-fonológico de línguas não nativas (LNN), de natureza interdisciplinar, tem mostrado um crescimento notável nos últimos anos, no Brasil e no mundo, como se pode notar pelo aumento na quantidade de estudos empíricos e teóricos abrangendo tanto a produção quanto, em menor escala, a percepção da fala. As contribuições do campo de desenvolvimento fonético-fonológico de LNN são significativas para a linguística teórica, ao oferecer dados empíricos capazes de corroborar ou desafiar modelos e conceitos sobre as línguas naturais, e para a linguística aplicada, especialmente no ensino de pronúncia e de oralidade, que, ao contrário das abordagens tradicionais, atualmente, focam na inteligibilidade e compreensibilidade de fala e são tomados como componentes vitais no ensino de línguas, como proposto pela própria Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Nessa esteira, reconhecendo a amplitude, a riqueza e a relevância emergente do campo, este simpósio temático busca reunir pesquisadores e estudantes de diferentes perspectivas teóricas e metodológicas que investiguem o desenvolvimento sonoro de línguas não nativas, além de fomentar diálogos com áreas de interface, como psicologia, neurociência e tecnologia da fala etc. A proposta contempla trabalhos empíricos, experimentais, teóricos ou de revisão, desenvolvidos a partir de abordagens diversas, e visa promover reflexões inovadoras e avanços na área, acolhendo, mas não se limitando, trabalhos nestes temas: (i) aquisição e atrito fonético-fonológico; (ii) percepção e produção da fala; (iii) instrução/ensino de pronúncia; (iv) ensino de oralidade de LNN; (v) análise e elaboração de materiais didáticos para o ensino de oralidade e pronúncia; e (vi) variáveis sociais no/do desenvolvimento fonético-fonológico de LNN. Realizado remotamente, o simpósio também busca ampliar a participação de pesquisadores e estudantes de distintas regiões do Brasil, fortalecendo o debate nacional e incentivando colaborações interinstitucionais. Palavras-chave: Desenvolvimento fonético-fonológico, Línguas não nativas, Bilinguismo, Oralidade, Pronúncia.
ST48 – (Des)encontros epistemológicos e metodológicos da Linguística Aplicada, Complexidade e Transdisciplinaridade
Coordenação:Maximina Maria Freire (PUC-SP)Cátia Veneziano Pitombeira (UFAL) Este simpósio investiga as contribuições e implicações da epistemologia da complexidade e da transdisciplinaridade, embasada, fundamentalmente, na perspectiva de Edgar Morin, para (re)pensar os currículos da escola básica e do ensino superior, a formação de docentes e discentes em contextos presencial, híbrido ou remoto, o design educacional, as interfaces e ambientes digitais de ensino-aprendizagem, dentre outras. Tomamos como desafio a complexidade que contradiz a linearidade, a fragmentação, a previsibilidade, as certezas, as dicotomias e as polaridades binárias tradicionais, buscando promover uma visão integrada, dinâmica e sistêmica dos processos de ensino-aprendizagem. A partir dessa concepção, e no âmbito da Linguística Aplicada, buscamos discutir como o referencial teórico-metodológico complexo e transdisciplinar pode contribuir para práticas formativas reflexivas, críticas e contextualizadas, possibilitando a compreensão do docente e do discente como um sujeito plural, global e planetário, situado em redes interdependentes de saberes e práticas em que questões culturais, sociais e éticas se entrelaçam em toda a sua multidimensionalidade e multirreferencialidade. No âmbito do desenho educacional, propõe-se a adoção de uma perspectiva integradora e sistêmica que reconheça as múltiplas dimensões envolvidas nos processos pedagógicos. Serão discutidos aspectos como a (co)(re)(des)construção do conhecimento e seu caráter inconclusivo, a valorização das singularidades dos aprendizes e a promoção de ambientes de aprendizagem abertos e flexíveis. É uma proposta para engajar os participantes em um diálogo transdisciplinar, capaz de simultaneamente contemplar partes e todo, questionando paradigmas tradicionais e incentivando a criação de propostas inovadoras que reflitam as demandas, as inquietações e os desafios do mundo contemporâneo. Ao valorizar a interação entre teoria e prática, o simpósio convida educadores, pesquisadores e demais interessados a repensar a formação docente e discente e as práticas educacionais à luz da complexidade e transdisciplinaridade no campo da Linguística Aplicada. Palavras-chave: Epistemologia da complexidade, Transdisciplinaridade, Formação de professores, Design educacional, Linguística Aplicada.
ST47 – Dialogismo, alteridade constitutiva e colaboração na educação linguística: perspectivas e desafios
Coordenação:Carla Janaina Figueredo (UFG)Layssa Gabriela Almeida e Silva Mello (UFG) Tendo em vista que o Círculo de Bakhtin enfatiza o caráter sociointeracional e dialógico das línguas (Bakhtin, 2004), indo além de seu caráter sistêmico e estrutural, acreditamos ser de grande importância que estudos no campo da educação linguística sejam amparados pela arquitetônica bakhtiniana de modo a compreender melhor os processos interacionais pelos quais os sujeitos dialógicos se engajam e são engajados. Primeiramente, pensar em educação linguística dialógica é compreender a constante relação entre língua e seus falantes/usuários (Vigotski, 2003), em como os sujeitos se constituem discursivamente por meio de suas interações com outros sujeitos, e em como afetam e são afetados pelo agir responsivo-responsável de seus interlocutores impregnados por ideologias diversas. Em segundo lugar, pensar em educação linguística é, também, promover a busca consciente do agir exotópico (Machado, 2010), ético (Silvestre et al., 2015) e polifônico (Seidel, 2022), pelo qual seus agentes têm a oportunidade de ampliar não somente seus horizontes socioculturais e linguísticos, mas, também, suas perspectivas críticas, valorativas e avaliativas. Tendo em mente os pressupostos mencionados, este simpósio tem por objetivo geral articular conceitos basilares de Bakhtin e Vigotski, tais como dialogismo, alteridade constitutiva e colaboração, a estudos acadêmico-científicos realizados no campo da educação linguística. Como objetivos específicos, espera-se que, por meio dessa articulação mediada pelos construtos do diálogo e da colaboração, diferentes objetos de estudo (ex. o processo de ensino e/ou de aprendizagem de línguas adicionais – espanhol, francês, inglês, português e outras; língua materna, como o português brasileiro e a Libras; formação de professores de línguas; e estudos do discurso) possam não somente promover um olhar crítico acerca das perspectivas trazidas por cada uma dessas esferas, como, também, apontar possíveis caminhos no enfrentamento dos desafios encarados por cada uma delas. Como as pesquisas qualitativas exploram as experiências de aprendizagem e as práticas pedagógicas de forma mais reflexiva e interpretativa, esperamos que os trabalhos apresentados neste simpósio adotem esta metodologia, o que, por sua vez, não exclui a utilização de dados quantitativos. Nesse sentido, a realização deste simpósio temático justifica-se pela importância de compartilhar conhecimentos e ações provenientes do campo da pesquisa, bem como refletir sobre eles, e, por conseguinte, buscar novas frentes que possam contribuir com o contexto de educação linguística pelo viés da arquitetônica bakhtiniana e da aprendizagem colaborativa vigotskiana. Palavras-chave: Interação, Dialogismo, Alteridade, Colaboração, Educação Linguística.
ST46 – Tradição e inovação nas práticas de análise linguística em contextos de ensino de português
Coordenação:Herbertt Neves (UFPE)Laura Dourado Loula Régis (UFCG) Este simpósio temático tem como propósito reunir pesquisas que analisem e discutam as práticas de análise linguística em diferentes contextos de ensino do português como língua materna, examinando de forma aprofundada os fundamentos teóricos que as sustentam e os pressupostos metodológicos que orientam a seleção e o tratamento dos objetos de investigação. Pretende-se fomentar um debate qualificado sobre os caminhos, desafios e contribuições dessa prática para a formação docente, a elaboração de materiais didáticos e o desenvolvimento de políticas educacionais, entre outros aspectos. Serão aceitos trabalhos que abordem o tema a partir da pesquisa em materiais didáticos de diferentes gêneros e formatos, incluindo livros, plataformas digitais e outros recursos multimodais, bem como estudos sobre a presença da análise linguística em documentos oficiais nos âmbitos municipal, estadual e nacional. Além disso, são bem-vindas investigações que explorem o papel da prática de análise linguística em avaliações escolares e exames de larga escala. Os contextos da formação inicial e da continuada de professores de português, como foco nas práticas de análise linguística, também podem ser temas das análises. Por fim, podem ser temas o ensino de aspectos variados da língua portuguesa, abrangendo desde questões lexicais e gramaticais até fenômenos discursivos e textuais. O simpósio busca promover um diálogo que contemple desde perspectivas mais clássicas, baseadas na descrição e sistematização dos elementos linguísticos, até abordagens contemporâneas que incorporem novas semioses e perspectivas multimodais, ampliando a compreensão sobre os usos da língua em diferentes esferas sociais. Os trabalhos apresentados deverão se apoiar em referenciais teóricos consistentes, contemplando tanto estudos fundadores da área quanto pesquisas mais recentes e inovadoras (Geraldi, 1984; Franchi, 1991; Neves, 1990; 2007; Antunes, 2005; 2007; 2012; 2014; 2017; Travaglia, 1996; 2009; Mendonça, 2006; 2021; Acosta Pereira, 2022; Acosta Pereira; Costa-Hübes, 2021; entre outros), contribuindo para a compreensão das relações entre tradição e inovação no ensino de português (Bezerra; Reinaldo, 2020). Espera-se, portanto, que as reflexões propostas auxiliem na caracterização do que pode ser compreendido como prática inovadora de análise linguística, ao mesmo tempo em que promovam uma problematização criteriosa de abordagens que, embora apresentem propostas de renovação, ainda mantêm traços característicos de modelos tradicionais. Dessa forma, o simpósio se caracteriza como um espaço de discussão robusto e produtivo, incentivando o diálogo entre diferentes correntes teóricas e experiências práticas no ensino da língua portuguesa.Palavras-chave: Práticas de análise linguística, Ensino de português, Inovação.
ST45 – O leitor, o texto, e o contexto psicossociocultural: pesquisas a respeito da (compreensão em) leitura
Coordenação:Luciane Baretta (Unicentro)Claudia Finger-Kratochvil (UFFS) Ler e compreender. Esse é o objetivo do leitor e o objetivo do processo de ensino e aprendizagem da (compreensão em) leitura. Independentemente da idade, da condição social, ou da fase da vida em que se encontra, o objetivo maior do leitor é ser capaz de desvelar o texto que está diante de si. As etapas envolvidas nessa tarefa cognitiva (e cultural) altamente complexa envolvem uma variedade de processos que têm instigado pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento a buscar compreender o que ocorre no cérebro-mente do leitor a partir do momento que seus olhos capturam os traços existentes no suporte (e.g., papel/tela). Em “A ciência da leitura: caminhos da pesquisa para pensar o texto, o leitor e o contexto sociocultural”, publicado em 2022, as proponentes deste simpósio, que partilham longa caminhada e interesses sobre a ciência da leitura, retomam as discussões sobre os estudos em leitura e revisitam os modelos teóricos que buscam explicar e explicitar os processos e componentes envolvidos na compreensão em leitura. Partindo dos modelos de processamento do texto (descendente, ascendente, interativo), este simpósio propõe a discussão sobre as questões (psico)linguísticas, cognitivas e socioculturais envolvidas nas habilidades de (compreensão em) leitura. Pesquisas com discussão de dados acerca de diferentes etapas e processos da leitura em diferentes suportes, de leitores de diferentes idades, bem como revisões de literatura a respeito de estudos comportamentais e com ferramentas tecnológicas são bem-vindos. Palavras-chave: Ensino e aprendizagem, (Compreensão em) Leitura, Avaliação em leitura, Aquisição e processamento.
ST44 – O ensino de língua portuguesa e as demandas da educação contemporânea: contribuições do Profletras
Coordenaçao:Fabiana Pincho de Oliveira (Profletras/Ufal)Maria Inez Matoso Silveira (Profletras/PPGLL/Ufal) Este simpósio temático visa reunir pesquisas desenvolvidas no âmbito do Programa de Mestrado Profissional em Letras (Profletras), com foco na linha de pesquisa “Estudos da Linguagem e Práticas Sociais”. O objetivo é promover um espaço de diálogo e reflexão sobre as diversas interfaces entre língua, texto, discurso e letramentos e a formação de professores de Língua Portuguesa que atuam na Educação Básica. Serão aceitas pesquisas de caráter interventivo que reflitam sobre o ensino e a aprendizagem da leitura/escuta, produção de textos e análise linguística/semiótica, explorando como as práticas linguísticas se manifestam e se transformam em diferentes contextos de interação social. O simpósio busca fomentar a troca de experiências entre pesquisadores, professores e demais interessados, contribuindo para o avanço dos estudos da linguagem e para a formação de profissionais críticos e engajados com a melhoria do ensino de Língua Portuguesa na Educação Básica. Palavras-chave: Profletras; Pesquisa de intervenção pedagógica; Língua Portuguesa; Educação Básica.
ST43 – Produção de Texto na escola: prática docente e percepção discente
Coordenação:Rosângela Oliveira Cruz Pimenta (UFRPE/PPGLL-UFAL)Roseane Santana Santos (Seduc-SE) A formação de escritores na escola é algo complexo, cujos resultados não são avaliados constantemente por instrumentos oficiais, como o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) e o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), mas são percebidos pelo baixo desempenho dos alunos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Nessa perspectiva, é importante ouvir alunos e professores sobre suas impressões a respeito das atividades vivenciadas na escola para a formação escrita, pois conhecer a percepção dos alunos sobre o suporte disponibilizado pelo professor ao longo do processo de escrita serve de reflexão sobre a prática letiva, ajudando a equacionar gestos, procedimentos e interações (Messias; Dolz, 2015; Silva, 2013), a diversificar estratégias de suporte ao processo de escrita, assim como conhecer as reflexões dos docentes sobre a sua prática ajuda a reorientar (alterar/ajustar) o seu trabalho para ir ao encontro das necessidades apontadas pelos alunos (Araújo; Martins; Osório; Faria, 2017; Carvalho; Conboy; Santos; Fonseca; Tavares; Martins; Salema; Fiuza; Gama, 2014). No âmbito de uma didática da escrita baseada em contextos reais de aprendizagem escolar, são importantes os estudos que contribuem com perspectivas centradas nos alunos, em particular sobre a sua relação com a escrita, as suas expectativas relativamente ao professor e ao suporte pedagógico-didático esperado durante as aulas e ao longo do processo de escrita. Estudos sobre a relação dos alunos com a escrita com base nas suas percepções (Rei, 1998; Cardoso; Pereira, 2007; Cardoso, 2009; Antunes; Silva, 2016; Cardoso; Pereira; Lopes; Lopes, 2018) têm dado visibilidade a questões cruciais para se compreender a resistência e as dificuldades que os alunos sentem perante atividades de escrita na escola, tais como: a avaliação como finalidade; utilidade e motivação para a escrita; a escrita como atividade solitária; o professor como interlocutor privilegiado e substancialmente preferido em contextos de escrita (Cardoso et al., 2018). O objetivo deste simpósio é partilhar, por um lado, estudos qualitativos centrados nas percepções de alunos quanto às aulas e às dificuldades sentidas no processo de construção do texto e quanto às formas de apoio pedagógico-didático que entendem como mais benéficas para a aprendizagem da escrita na escola; por outro lado, nas percepções dos professores da Educação Básica quanto às suas práticas didáticas e metodologias de ensino da produção textual que percebem como benéficas para a formação escrita discente. Palavras-chave: Ensino de escrita, Prática docente, Percepção discente, Gestos didáticos, Didática da escrita.
ST42 – Análise de Discurso Crítica na Educação
Coordenação:Ana Maria Sá Martins (UEMA)Carlos Eduardo de Paula Santos (UFPI) Para este simpósio temático aceitaremos pesquisas que relacionem Análise de Discurso Crítica com processos de ensino e aprendizagem de língua portuguesa na educação básica. Pesquisas que envolvem teorias da aprendizagem, didática, metodologias de ensino, ideologias linguísticas, tendências pedagógicas, elaboração de recursos pedagógicos, políticas educacionais, identidade docente e discente, formação de professores, avaliação da aprendizagem, letramentos críticos e atividades na educação básica nos interessam. Vale destacar que, em alguma medida, as pesquisas devem utilizar como aporte teórico a Análise de Discurso Crítica que é defendida por Fairclough (1989, 2003, 2019), Chouliaraki e Fairclough (1999); Fairclough e Fairclough (2012); Resende e Ramalho (2016); Batista Jr. (2018); Magalhães (2019); Rogers et al (2016), mas também aceitaremos outras abordagens dos Estudos Críticos de Linguagem. Nossa intenção é contribuir com estudos que relacionem ADC e educação em busca de uma consciência linguística crítica e da mudança social. Valorizaremos estudos que façam uma relação direta entre os pressupostos críticos e as pesquisas em educação. Palavras-chave: Análise de Discurso Crítica, Educação, Ensino básico.