ST09 – Produção textual e ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa: abordagens teórico-metodológicas da atividade metalinguística à luz da Genética Textual
Coordeção:Mauri Célio Alves Santana (UFAL)Rosiene Omena Bispo (Seduc/AL) Este simpósio temático visa a reunir trabalhos voltados ao ensino e à aprendizagem de Língua Portuguesa no contexto da escrita colaborativa, com base em fundamentos da Genética Textual (GT) e da Linguística Enunciativa. A proposta parte da compreensão do texto como um processo em curso, e não como mero produto final, priorizando a observação da escritura em ato, na qual rasuras gráficas e orais (apagamentos, acréscimos, substituições, deslocamentos) revelam operações cognitivas e metalinguísticas relevantes para o aprendizado da língua. A Genética Textual, inicialmente ligada à Crítica Literária (Fabre, 1986, 1990), passou a ser aplicada aos manuscritos escolares (Calil, 1998, 2016), ampliando as possibilidades de análise dos processos de escrita em contextos reais de sala de aula. A partir dessa perspectiva, os borrões, hesitações e reformulações durante a produção colaborativa do texto ganham status de objetos de análise, permitindo compreender como os sujeitos refletem sobre a linguagem durante a escrita. Nesse contexto, destacamos o papel da atividade metalinguística, compreendida como ação reflexiva, consciente ou não, sobre a língua (Camps et al., 1999, 2000, 2005; Culioli, 1990), particularmente em sua relação com o ensino da gramática. A escrita colaborativa oferece terreno fértil para essa atividade, pois o confronto de ideias, a necessidade de negociação linguística e a verbalização de conflitos podem revelar não apenas o que os estudantes sabem, mas como eles pensam sobre a linguagem. Dessa forma, este simpósio acolherá estudos concluídos ou pesquisas em andamento que focalizem práticas de produção textual em situação colaborativa, observando especialmente as interações face a face entre alunos e/ou entre professor e alunos, em que emergem comentários metalinguísticos relacionados a aspectos linguísticos, gramaticais, textuais, semânticos ou pragmáticos. Pretende-se, com isso, fomentar discussões que contribuam para o avanço das investigações sobre a aprendizagem da Língua Portuguesa, sobretudo em sua dimensão processual e dialógica. Palavras-chave: Genética Textual. Atividade metalinguística. Ensino de Língua Portuguesa. Escrita colaborativa. Manuscrito escolar.
ST08 – Lingua(gem) como ação afirmativa na escola: contribuições da linguística aplicada para o ensino crítico de nossa língua materna, a Língua Portuguesa
Coordenação:Maria Teresa Tedesco Vilardo Abreu (UERJ)Hilma Ribeiro de Mendonça Ferreira (UERJ) Que tempos estamos vivendo! Que tempo de mudanças!! De reflexões! Essas mudanças precisam ser vistas, de forma crítica e reflexiva. Precisamos fazer com que as novas gerações entendam as mudanças sociais que estamos vivendo, sem considerar que (as mudanças) representam uma ilha social, que afetam somente um bairro, uma família, um grupo social. Parte-se da premissa de que a escola tem como função precípua construir reflexão – crítica, ampliando o conhecimento dos estudantes. Especificamente, as aulas de língua materna contribuem, sobremaneira, para este desenvolvimento sobre a vida, suas mudanças e o entendimento acerca dos diferentes contextos sociais em que as mudanças ocorrem. Para tanto, há de se pensar em currículo que, efetivamente, contribua para essa construção de identidade(s) dos diferentes sujeitos. Nosso foco principal é que leitura, escrita e análise linguística, pilares básicos das aulas de língua portuguesa, são instrumentos fundamentais para a construção deste sujeito crítico e reflexivo, pois o pleno domínio da língua é condição para o “agir no mundo”, desenvolvendo capacidade (s) de gerir conhecimentos em todas as áreas e com isso saber fazer escolhas ao longo de sua vida, em qualquer das esferas discursivas em que esteja inserido. Neste sentido, este simpósio visa a receber pesquisas que discutam, teórico-metodologicamente, ações didáticas relativas ao ensino de língua materna, em qualquer nível de escolaridade, que aliem o processo de aprendizagem da língua, embasado nos contributos da linguística aplicada, a ações afirmativas que resultem em discussões sobre práticas identitárias, sejam étnico-raciais, sejam de outra natureza, em abordagens textuais e discursivas. Palavras-chave: Ações afirmativas, Ensino de Língua Portuguesa, Linguagem, Processos de ensino e de aprendizagem.
ST07 – Educação Bilíngue de Surdos, Ensino de Libras e Escrita de Sinais
Coordenação:Alexandre Melo de Sousa (UFAL)Jânio Nunes dos Santos (UFAL) A Educação Bilíngue de Surdos vem sendo discutida há pelos menos duas décadas, no Brasil (Fernandes; Pereira; Ribeiro, 2024), a partir do Decreto Federal nº 5.626/2005 que estabeleceu a obrigatoriedade de as escolas ofertarem-na aos estudantes surdos, sendo a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como primeira língua e o português escrito como segunda língua (Brasil, 2005). Recentemente, a educação bilíngue de surdos ganhou o status de modalidade da educação formal no Brasil, a partir da Lei no 14.191/2021, cujo teor jurídico regulamenta a oferta em escolas bilíngues de surdos, classes bilíngues de surdos, escolas comuns, seja em polos de educação bilíngue de surdos, para educandos surdos, surdo-cegos, com deficiência auditiva sinalizantes, surdos com altas habilidades ou superdotação ou com outras deficiências associadas, optantes pela modalidade de educação bilíngue de surdos. Sabe-se que a Libras apresenta um papel essencial no processo de ensino e aprendizagem da L2. A perspectiva que se assume não é de transferência de conhecimento da primeira língua para a segunda nos moldes da mera tradução, mas de um processo paralelo de aquisição e aprendizagem de ambas, embora a Libras seja sempre a língua de mediação nos processos de ensino e de aprendizagem. Comunicar-se pela Libras, bem como ler e escrever em português escrito, são habilidades substanciais para o processo de desenvolvimento dos sujeitos surdos para que vivenciem plenamente as práticas e os eventos sociais de comunicação, contudo são processos complexos que envolvem diversas competências. Nestes moldes, as competências gramaticais e comunicativas dos estudantes são elementos fundamentais para o desenvolvimento da leitura e escrita do português (Quadros; Schmiedt, 2006) tendo em vista que a Libras constitui língua de mediação no processo das aprendizagens. Levando em consideração as diversas perspectivas teórico-metodológicas, este simpósio tem por interesse reunir trabalhos que se destinem a debater a educação bilíngue de surdos nas diversas etapas da educação básica e do ensino superior; o ensino da Libras como primeira língua e como segunda língua e a escrita de sinais. Palavras-chave: Educação Bilíngue de Surdos, Ensino de Libras, Escrita de Sinais.
ST06 – Leitura e escrita nos primeiros anos de escolarização
Coordenação:Elaine Cristina de Oliveira (UFBA)Cristiane Carneiro Capristano (UEM) A proposta deste simpósio é se constituir como um espaço de debate, reunindo pesquisas (concluídas ou em andamento), no campo do ensino e da aprendizagem de língua materna, cuja temática principal envolva a discussão sobre as práticas de leitura e/ou de escrita nos primeiros anos de escolarização, em particular, aqueles destinados ao Ensino Fundamental (1º ao 5º ano). As práticas de leitura e de escrita vivenciadas no cotidiano escolar são processos amplamente estudados em diferentes campos científicos. Em cada campo e no interior desses campos, essas práticas ganham também diferentes conotações, sendo, portanto, definidas e compreendidas sob variadas perspectivas teórico-metodológicas. Sem desmerecer a importância dessa pluralidade, este simpósio destina-se, primordialmente, a pesquisas desenvolvidas tendo como ponto de partida perspectivas linguístico-discursivas da leitura e/ou da escrita. Trata-se, pois, de privilegiar a discussão de pesquisas nas quais a descrição linguística dos processos de leitura e de escrita seja feita a partir da consideração de que esses processos não são atividades mecânicas de decodificar/codificar sílabas, palavras, sentenças ou textos, mas, sim, práticas sócio-históricas complexas que envolvem a produção de sentidos e resultam de gestos de interpretação dos sujeitos, desde sempre interpelados pela ideologia, pela história e pelo inconsciente. Nesse sentido, o simpósio visa a acomodar pesquisas fundadas na intersecção e no trânsito entre a descrição linguística e a compreensão discursiva das práticas de leitura e/ou de escrita. O privilégio a perspectivas linguístico-discursivas funda-se no desejo de promover debates e expandir o diálogo a respeito do potencial explicativo desse ponto de vista para a análise e compreensão da circulação das crianças por práticas sócio-históricas de leitura e de escrita, sobretudo aquelas vividas no contexto escolar. Palavras-chave: Leitura, Escrita, Escolarização, Perspectiva linguístico-discursiva.
ST05 – Ensino e formação de professores de língua materna: reflexões suleadas sob o escopo da LA
Coordenação:Dannytza Serra Gomes (UFC)Francisco Rogiellyson da Silva Andrade (UFC/CE) Este simpósio busca reunir pesquisas que visibilizem e desvelem questões acerca de ensino e/ou formação de professores de língua materna. Desse modo, interessam-nos projetos científicos que se balizem no escopo indisciplinar e decolonial da Linguística Aplicada – LA (Rajagopalan, 2003; Moita Lopes, 2006; Pennycook, 2006), por acreditarmos que essa diretriz permite a construção de um corpo de conhecimentos que objetiva problematizar e desvelar questões sociais atinentes a cada realidade local cujas reflexões gerem excedentes de visão para pensar translocalmente modos de ser e de pensar, na e pela linguagem, acionamentos para cada realidade da Linguística Aplicada que se faz aqui. A partir disso, elegemos como temática transversal ensino e formação de professores de língua materna, dado o fato de estudos, como o de Queiroz (2023), afirmarem que as licenciaturas vêm sofrendo uma severa crise desde 2018, com a eleição de governos de extrema direita e com as consequências da pandemia. Em virtude dessa realidade, pensamos ser necessário, a partir da LA em interface com as diversas searas teórico-metodológicas dos estudos discursivos, promover discussões que notabilizem a temática, apontando pontos invisibilizados, bem como promovendo ecos, atravessamentos e alargamentos de visão necessários a este Sul Global. Acreditamos que, com isso, daremos vazão à promoção de debates trans e indisciplinares que suleiam as discussões sobre ensino e formação de professores de língua materna, com forte apelo para refletir sobre a realidade transcultural e multissemiótica que hoje se mostra ubíqua nos cenários de aprendizagem. Palavras-chave: Ensino de língua materna, Formação de professores de línguas, Linguística Aplicada, Decolonialidade.
ST04 – Ensino da leitura: aspectos cognitivos e desafios práticos
Coordenação:Marcos Suel dos Santos (Semed-São Sebastião/AL)Maria Silma Lima de Brito (UFAL) A leitura é uma atividade complexa que exige a compreensão de diversos modelos e abordagens (Silveira, 2005) teórico-metodológicas. No contexto educacional, a compreensão dos processos cognitivos envolvidos na leitura é fundamental para práticas pedagógicas eficientes, especialmente nas aulas de língua portuguesa. Este simpósio tem como objetivo reunir pesquisadores, professores da educação básica e estudantes para discutir sobre os aspectos cognitivos da leitura e como eles impactam o ensino. Entre os temas envolvidos, destacam-se as estratégias cognitivas e metacognitivas, os processos de decodificação na fase inicial da alfabetização, a formação docente para o ensino da leitura, a relevância e os benéficos da leitura em voz alta. Ao considerar os desafios enfrentados no cenário nacional, incluindo a redução de quase sete milhões de leitores nos últimos quatro anos, conforme a pesquisa Retratos da Leitura (2024), este simpósio se apresenta como um espaço crucial para discutir soluções práticas e teóricas para melhorar a competência leitora no Brasil. A socialização de pesquisas, práticas e experiências permitirá o fortalecimento de uma educação alicerçada nos fundamentos cognitivos da leitura, contribuindo para o desenvolvimento de leitores proficientes e para a promoção de um ensino mais eficaz e transformador. Palavras-chave: Leitura, Aspectos cognitivos, Práticas de Ensino, Educação Básica.
ST03 – Práticas de ensino da Libras (como língua natural, materna e adicional) e da Língua Portuguesa (como língua adicional) para surdos/as
Coordenação: Joseane dos Santos do Espírito Santo (UFRR) Nas últimas décadas, as pesquisas sobre os Estudos Surdos avançaram para diversas linhas, o que possibilitou novas reflexões sobre as práticas de ensino. Uma das áreas que tem avançado nas pesquisas são os estudos sobre ensino-aprendizagem de Língua Brasileira de Sinais (Libras) e da Língua Portuguesa escrita. A Libras é uma língua natural que pode ser aprendida como língua materna para os/as surdos/as filhos/as de pais surdos. Ela também pode ser ensinada como língua natural para os/as surdos/as filhos/as de pais ouvintes e como língua adicional para as pessoas ouvintes. E, por fim, a Língua Portuguesa (LP), língua oficial do Brasil, pode ser ensinada na modalidade escrita para as pessoas surdas. Diante da diversidade de práticas de ensino das referidas línguas, faz-se necessário a investigação e socialização sobre como ocorre o processo de ensino-aprendizagem e as implicações que elas estão produzindo. Sendo assim, tendo como base os estudos da Linguística Aplicada (LA), essa sessão busca reunir e socializar as atuais pesquisas sobre o ensino da Libras (como língua natural, materna e adicional) e da LP escrita (como língua adicional) para surdos/as. Proporcionar essas discussões e reflexões no ambiente de eventos acadêmicos permitirá a socialização e a produção de novos conhecimentos sobre o tema, o que pode implicar nas práticas docentes. Palavras-chave: Ensino-Aprendizagem, Libras, Língua Portuguesa, Surdos.
ST02 – Pluralidade linguística das línguas de sinais e o ensino de português e educação bilíngue de Surdos
Coordenação:Waldemar dos Santos Cardoso Junior (UFPA)Leila Saraiva Mota (UFPA) Conforme enfatiza Botelho (2010), a educação bilíngue sugere que a pessoa Surda seja exposta a Língua de sinais o mais cedo possível. A língua de sinais é concebida como língua materna de pessoas Surdas. O bilinguismo simboliza aspectos políticos, sociais e culturais, onde é necessário garantir um currículo organizado e atender o acesso aos conteúdos escolares na própria Língua do Surdo (L1) (Quadros, 2004). Nesse sentido, este simpósio propõe agregar trabalhos que envolvam estudos teóricos e descritivos das línguas indígenas de sinais e da língua brasileira de sinais-Libras e de seus aspectos linguísticos que abarquem reflexões e reformulações, descritivas, metodológicas e tipológicas de línguas de sinais, que favoreçam investigações no plano de análise e descrição das línguas de sinais, além de discutir políticas públicas que reconheçam a pluralidade linguística das línguas de sinais existente no Brasil. Busca reunir ainda estudos que investiguem a língua de sinais como instrumento cultural nas mediações do processo de construção da identidade surda, da sociabilidade, da memória social, das práticas sociais e das políticas culturais da pessoa surda. Pretende-se agregar também trabalhos que envolvam políticas públicas para a formação de professores da educação básica na perspectiva da educação bilíngue, para alunos surdos, saberes e práticas na educação básica, envolvendo as modalidades e as diferentes metodologias de ensino, considerando os princípios da formação docente, bem como o ensino da língua portuguesa como L2. Palavras-chave: Pluralidade linguística, Educação bilíngue, Políticas públicas, Formação docente.
ST01 – Saberes e práticas sobre o ensino e aprendizagem de Língua Brasileira de Sinais em múltiplos contextos
Coordenação: Sérgio Ferreira (UNESPAR)Tânia Ap. Martins (UNIOESTE) Na área dos estudos linguísticos de diversos programas de pós-graduação cujo interesse de pesquisa é a linguagem em diferentes perspectivas, as línguas de sinais de forma gradativa têm atraído atenção de pesquisadores que encontram nestes lugares um espaço de acolhimento para seus estudos (Martins, 2022; Quadros, 2021; Stumpf, 2024; Xavier, 2020). No que se refere especificamente ao campo da Linguística Aplicada (LA), percebe-se um aumento significativo de estudos que se debruçam sobre as questões que orbitam sobre os saberes e as práticas do ensino e aprendizagem da Língua Brasileira de Sinais – Libras em múltiplos contextos (Andreis-Witkoski, 2020; Ferreira, 2019; Rodrigues, 2023). Nesse sentido, este simpósio tem como objetivo reunir pesquisadores, educadores e profissionais que investigam ou atuam com o ensino e aprendizagem de Libras como L1 ou L2 em diferentes contextos e ambientes. No intuito de fomentar um espaço de acolhimento, diálogo e compartilhamento de estudos, neste simpósio também são bem-vindas pesquisas originadas a partir de experiências sobre práticas pedagógicas, abordagens metodológicas, recursos tecnológicos, políticas linguísticas e os desafios enfrentados na formação de professores que abordem em seus trabalhos sobre o ensino e aprendizagem de Libras em diversos cenários. Palavras-chave: Práticas pedagógicas em Língua de Sinais, Políticas linguísticas e Libras, Abordagens metodológicas em Libras, Formação de professores.