CC01 – Estudos Discursivos na Linguística Aplicada e as pesquisas bakhtinianas sobre a Vida Vivida
Coordenação:Rita de Cássia Souto Maior (UFAL)André Cordeiro dos Santos (IFAL) Filósofo russo da linguagem, que teve e tem seus estudos repercutidos em várias dimensões de pesquisas na área da Linguística Aplicada, Mikhail Bakhtin (2003; 2004; 2011) parte da consideração de que a Vida Vivida é a realidade humana que precede a sua própria teorização. A linguagem não é um sistema abstrato e, se assim é estudada, é ficcional. Com essa premissa, ele busca compreender a vida a partir da própria vida e dos discursos que a constituem e que por ela são constituídos, a partir de tensões discursivas. Para ele e para seu círculo (Volóshinov, 2017; Medviédev, 2016), o signo é ideológico e as palavras são elos numa cadeia verbal. A língua, para esse filósofo e para o círculo, “acontece” nos discursos do cotidiano e nas dimensões dos discursos oficiais, também a partir das interações, que são dialógicas, e das relações de alteridade entre eu e o outro. A partir do cabedal de discussões do círculo bakhtiniano, propomos receber trabalhos de pesquisas discursivas e transdisciplinares em Linguística Aplicada ou da Linguística Aplicada Implicada (Souto Maior, 2022; 2023; 2024) que apresentem análise de dados qualitativa (Flick, 2009) das vivências em sala de aula, de estudos de caso e/ou de pesquisas que trabalhem teórica e/ou metodologicamente com a análise discursiva de textos do cotidiano, da literatura e/ou de documentos oficiais, a fim de que possamos, nessa sessão, socializarmos e aprofundarmos o conhecimento sobre aspectos ideológicos, dialógicos, de alteridade, da compreensão responsiva ativa, do ato responsivo etc., em diálogo com outras teorias a depender da proposta dos/as participantes. Palavras-chave: Linguística Aplicada. Estudos bakhtinianos. Pesquisas discursivas em LA. Vida Vivida.
ST63 – Sob efeito das falas sintomáticas: caminhos e perspectivas no laço social
Coordenaçao:Melissa Catrini (UFBA)Desirée De Vit Begrow (UFBA) A clínica dedicada a crianças e adultos com dificuldades de linguagem testemunha cotidianamente os efeitos perturbadores das falas sintomáticas sobre o outro – família, o próprio clínico e/ou profissionais da educação. De acordo com Lier-DeVitto (2006, p. 186), o sintoma na fala/linguagem é “aquilo que leva o sujeito à clínica e envolve, portanto, sofrimento, […] diz de uma diferença radical, uma marca na fala que implica o próprio sujeito à medida em que o isola dos outros falantes de uma língua […]”. Falas sintomáticas são produções estranhas que remetem a uma diferença de qualidade cujo efeito – imediato e inequívoco – é de perplexidade e patologia na escuta do outro e, muitas vezes, na do próprio falante (Arantes, 2001; Lier-DeVitto, 2019). Na sua presença, o estabelecimento ou a manutenção do laço social pela via da linguagem se torna difícil, já que o ideal comunicativo fica severamente abalado e o sujeito marginalizado. Esse Seminário Temático propõe, a partir da Clínica de Linguagem (perspectiva teórico-clínica proposta por Lier-DeVitto na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e que tem braços bem estabelecidos na Universidade Federal da Bahia e na Universidade Estadual do Centro-Oeste, Irati – Paraná), acolher estudos que promovam uma discussão sobre os efeitos das falas patológicas de crianças e adultos em diferentes espaços de convívio e relação (família, escola, trabalho, entre outros). Fazemos alusão aqui a crianças com perdas auditivas em diferentes níveis, crianças com suspeita diagnóstica de autismo, ou aquelas que vivem impasses na aquisição da linguagem, e adultos com afasia e demência. Em suma, no centro das discussões deverão estar sujeitos (i) afetados por um diagnóstico, muitas vezes emitido bem cedo na vida da criança ou após a incidência de uma lesão neurológica, como pode ser o caso de adultos e idosos; (2) que apresentem um enlace peculiar com a linguagem e, portanto, com o outro. Espera-se que os trabalhos explorem a singularidade do falante, de sua relação com a própria fala e com a fala do outro na problematização dos caminhos e perspectivas que envolvem o estabelecimento do laço social quando falas sintomáticas participam do jogo dialógico. Palavras-chave: Linguagem, Patologias de Linguagem, Laço social, Singularidade, Clínica de Linguagem.
ST62 – Análise textual e discursiva em diferentes gêneros textuais/discursivos
Coordenação:Antonio Artur Silva Cantuário (UESPI)Ermínia do Nascimento Silva (UESPI) Este simpósio temático propõe um espaço de discussão e reflexão sobre as abordagens teóricas e metodológicas da análise textual e discursiva aplicadas a uma diversidade de gêneros textuais/discursivos. O objetivo é explorar como as formas e funções dos textos e gêneros se articulam com os contextos socioculturais, ideológicos e retóricos, contribuindo para a construção de sentidos, para a constituição dos sujeitos e para o seu funcionamento linguístico-textual e discursivo. Com foco em gêneros diversos – desde textos literários, acadêmicos e jornalísticos até discursos midiáticos, publicitários e digitais presentes nos gêneros – busca-se investigar as estratégias linguísticas, composicionais e discursivas que orientam a produção, circulação e interpretação dos sentidos diante da diversidade dos gêneros em diferentes esferas de atividade humana. Serão bem-vindos trabalhos que abordem aspectos como: a) a constituição dos sujeitos, a produção de efeitos de sentido; b) as relações entre texto, contexto e ideologia, bem como as questões de autoria e intertextualidade e c) a análise e o funcionamento sociorretórico, composicional, estilístico e temático a partir de diferentes ancoragens teóricas sobre gêneros textuais/discursivos. O simpósio busca promover um diálogo crítico sobre formas contemporâneas de produção e circulação de discursos em diferentes esferas, tendo-se os gêneros como formas de agir socialmente. Além disso, acrescentamos como contribuição o diálogo inter-trans-disciplinar entre a Análise do Discurso, a Linguística Textual e outras correntes teóricas que dialogam com os estudos sobre a linguagem, como a Semiótica Discursiva, a Retórica, os Estudos de Gêneros Textuais/ Discursivos e os Novos Estudos de Letramentos e Multiletramentos. Serão abordados temas como a relação entre linguagem e poder, a construção de identidades, a constituição de ethé, as formações discursivas e ideológicas, a intertextualidade, a polifonia e as estratégias argumentativas presentes nos discursos contemporâneos, bem como análises sociorretóricas de gêneros em diferentes esferas, propostas didáticas de gêneros, bem como estudos sobre práticas de leitura e escrita em espaços institucionais e não institucionais e as mudanças nos gêneros textuais diante das transformações tecnológicas e sociais, especialmente no contexto das mídias digitais. Assim, o simpósio convida pesquisadores, professores e estudantes de graduação e pós-graduação a compartilhar investigações empíricas, análises comparativas e reflexões teóricas que ampliem a compreensão sobre os processos de construção de significados nos variados contextos de comunicação e suas aplicações, fortalecendo o campo dos estudos textuais e discursivos. Palavras-chave: Discurso, Gêneros Textuais/Discursivos, Letramento, Texto.
ST61 – Estudos do discurso e contribuições para o ensino de língua
Coordenação:Lílian Melo Guimarães (UFRPE/UAST)Ricardo Rios Barreto Filho (UFPE) Partindo-se da ideia de que práticas de ensino-aprendizagem de língua são concebidas como práticas socioculturalmente situadas que envolvem (inter)ações, relações sociais, pessoas e discurso num mundo material particular (Ramalho, 2012), este simpósio pretende reunir trabalhos que reflitam sobre as contribuições dos estudos discursivos, a partir de perspectivas diversas, para o ensino de língua portuguesa e de língua estrangeira. Com isso, espera-se agregar pesquisas que proponham reflexões sobre experiências didáticas, materiais didáticos diversos, avaliações escolares e em larga escala e documentos oficiais, como Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 1997; 1998); Base Nacional Comum Curricular (Brasil, 2017); Orientações Curriculares Municipais, entre outros, fundamentando-se em perspectivas que tragam a análise discursiva à tona como centro das discussões. Para isso, assumimos uma visão de ensino de língua como prática de uso e reflexão dessa língua em situações de comunicação (Antunes, 2003; Bezerra, 2018) e de discurso como um modo de ação, ou seja, como as pessoas agem sobre o mundo e sobre as outras pessoas (Fairclough, 2001). A temática deste simpósio surge a partir das reflexões no âmbito do Grupo de Estudos em Linguagem e Interação (GELI/UFPE) e do Grupo de Pesquisa em Linguagem e Educação (GEPLE/UAST/UFRPE), dos quais fazem parte seus proponentes. Desse modo, buscamos subsídios teórico-metodológicos que possam contribuir para o estudo acerca do discurso e de suas relações e contribuições para o ensino de línguas em sala de aula. Palavras-chave: Discurso, Ensino, Língua materna, Língua estrangeira.
ST60 – Relações dialógicas, pesquisa e ensino de línguas
Coordenação:Jane Cristina Beltramini Berto (UFRPE)Cristiane Malinoski Pianaro Angelo (Unicentro) O simpósio “Relações dialógicas, pesquisa e ensino de línguas” abarca estudos fundamentados na teoria dialógica desenvolvida pelo Círculo de Bakhtin, Volóchinov, Medviédev e ampliada por pesquisadores brasileiros das mais diversas áreas dos estudos discursivos. Compreendendo a natureza sócio-histórica da linguagem, visamos às contribuições de estudiosos e de pesquisadores que se dedicam a problematizar as questões que envolvem o ensino das práticas de linguagem: de oralidade, de leitura, de escrita/reescrita e de análise linguística/semiótica e a compreensão do discurso nos enunciados concretos. A proposta deste simpósio agrupa os resultados de pesquisas de cunho teórico-analítico, teórico-metodológico e encaminhamento prático em sala de aula, que contemplem orientações advindas de documentos oficiais, currículos, materiais didáticos, práticas avaliativas, formação docente, experiências e inovações teórico-práticas na contemporaneidade, sob o escopo dialógico. Desse modo, almeja-se que as discussões pertinentes ao tema, em conjunto às reflexões oriundas dos Grupos de Pesquisa em Linguagem e Educação (GEPLE-UFRPE/CNPq) e Interação e Ensino (PPGL-Unicentro/CNPq), ampliem debates visando ao aprimoramento do ensino de línguas em âmbito escolar e à compreensão de enunciados mobilizadores de discursos, valores e de tensões socioideológicas. Palavras-chave: Linguística Aplicada, Dialogismo, Práticas de linguagem, Ensino de Línguas.
ST59 – Análises de Discurso de Linha Francesa: diálogos possíveis entre Foucault e Pëcheux nas mais diversas materialidades discursivas
Coordenação:Marcelo Nicomedes dos Reis Silva Filho ( UFMA)Liliane Luz AlveS (UFPB) O mundo como o conhecemos hoje representa um conjunto de mudanças que vem ocorrendo ao longo dos séculos. A sociedade vem se moldando às novas demandas que acontecem todos os anos por conta de eventos que discursivamente chamamos de acontecimentos históricos. A partir desses acontecimentos históricos, outras formas simbólicas vêm se organizando e sendo movimentadas pelos sujeitos. A partir disso, este simpósio se propõe discutir como as diversas materialidades discursivas dialogam com o mundo atual, seja ele na perspectiva presencial, ou real, ou até mesmo no que entendemos como virtual remoto. Tendo como base essa questão, essa discussão, buscamos organizar por meio de duas teorias que se aproximam e se afastam em determinados pontos de contato, mas que buscam analisar a linguagem e seus diversos movimentos, seja eles sócio, histórico, ideológicos ou nas relações de poder. Para isso, esse simpósio acolhe trabalhos tanto nas vertentes de Michel Pëcheux, e ou na vertente do filósofo também francês Michel Foucault. Tendo como aporte teórico, principalmente esses dois teóricos, e não esquecendo de elencar alguns que são seus expoentes no Brasil, como Eni Orlandi, que na base teórica pechetiana, e na vertente foucaultiana, Gregolim, Navarro. Como resultado da discussão desse simpósio, pretende-se construir diálogos a partir desses dois teóricos em perspectivas separadas, ou em pontos onde os dois conseguem convergir em temáticas que sejam favoráveis tanto para uma base como para outra. Palavras-chave: Estudos Discursivos Foucaultianos, Análise de Discurso Pechetiana, Discurso.
ST58 – Linguística Forense no Brasil: perspectivas e caminhos teórico-metodológicos
Coordenação:Micheli Rosa (UNB)Claúdia Maris Tullio (UNICENTRO) A Linguística Forense é um campo do saber, pertencente a área da Linguística Aplicada, que estuda a linguagem/Língua em contextos jurídicos e investigações criminais. O interesse entre Linguagem e Direito tem despertado interesse de vários pesquisadores e pesquisadoras, em especial, no Brasil. A partir do grupo de pesquisa Linguística Forense (Unicentro) compreendemos a importância da divulgação cientifica e do debate tanto para publicizar os estudos desenvolvidos quanto para evidenciar a importância de linguistas forenses na prática jurídica-policial. A Linguística forense é dividida em três subáreas e, informamos alguns tópicos de estudo, conforme Caldas-Coulthard (2014) – na análise da Linguagem do Direito a escrita de documentos jurídicos é centro das pesquisas, ou seja, analisa a linguagem legal e suas características. Desta forma, citamos alguns temas estudados por pesquisadores e pesquisadoras da área como: Direito comparado; Interpretação da Lei; História da linguagem jurídica; Tradução forense e Direitos linguísticos. A segunda subárea é a Interação no contexto forense: que estuda e analisa a linguagem (escrita ou oral) das interações jurídicas como, por exemplo, interrogatórios policiais, interrogatórios com vítimas, discurso no tribunal, discurso político, discurso em contextos prisionais, Multilinguismo no sistema jurídico entre outros temas. A respeito da Linguagem como prova (evidência), apresentamos alguns tópicos: estilística forense, análise de autoria (inserimos Discurso de ódio), perfis linguísticos, disputas sobre marcas registradas, plágio, ambiguidades linguísticas em textos de advertência de produtos. Neste sentido, as coordenadoras do Simpósio “Linguística Forense no Brasil: perspectivas e caminhos teórico-metodológicos” convidam a todos os (as) pesquisadores (as) com trabalhos finalizados ou em andamento que perpassam as áreas mencionadas e que usam diversas perspectivas de Análise de discurso como, por exemplo, Norman Fairclough, Michel Pêcheux, Mikhail Bakhtin, entre outros a enviar propostas de trabalho. Outras teorias do conhecimento e métodos de pesquisa são bem-vindos, pois a Linguística Forense surgiu de um movimento interdisciplinar e multidisciplinar. Palavras-chave: Linguagem e Direito, Linguagem como Evidência, Interação em contexto legal.
ST23 – Estudos discursivos à luz do Círculo de Bakhtin
Coordenação:Samuel de Carvalho Lima (IFRN)Rafael Lira Gomes Bastos (UECE) Conceitos advindos do Círculo de Bakhtin (Bakhtin, Volóchinov e Medviédev), tais como interação discursiva, gêneros do discurso, enunciado, campo de atividade humana, vozes sociais, entre outros, têm sido mobilizados na Linguística Aplicada para criar conhecimento sobre práticas sociais diversas, influenciando, particularmente, a formação/profissão docente e o ensino de línguas. Esses conceitos têm sido mobilizados por pesquisadores/as que buscam criar inteligibilidade sobre tipos variados de interação discursiva, sejam elas realizadas por meio de enunciados orais, escritos ou verbovisuais. Nesse contexto, o Simpósio Temático Estudos discursivos à luz do Círculo de Bakhtin objetiva reunir investigações que se fundamentam teórico e metodologicamente na obra bakhtiniana para analisar práticas sociais em diversos contextos: cotidiano, acadêmico, científico, universitário, escolar, publicitário, jurídico, legislativo, jornalístico, entre outros. Assim, neste Simpósio Temático serão bem-vindos estudos que, explicitamente: i.) compreendam a interdependência entre os conceitos de interação discursiva, gênero discursivo e enunciado, mas não os tomam um pelo outro, isto é, não os confundem; ii.) pressupõem os gêneros do discurso como tipos relativamente estáveis de enunciados; iii.) realizam a análise de enunciado(s) à luz de procedimentos teórico-metodológicos orientados pela obra do Círculo de Bakhtin. Palavras-chave: Estudos discursivos. Círculo de Bakhtin. Enunciado.
ST22 – Linguística aplicada localizada para além das teorizações e modelos
Coordenação:Paulo Rogério Stella (UFAL – FALE – PPGLL)Fábio Rodrigues dos Santos (UFAL – FALE) A linguagem como prática social tem sido foco de interesse e objeto de investigação da Linguística Aplicada (LA) em seus aproximados 70 anos (Menezes; Silva; Gomes, 2015). Opondo-se às propostas de ciências modalizantes, segue constituindo-se como ciência cujas pesquisas partem de observações da linguagem em uso no mundo. Nesse percurso, estabelece-se como campo de investigação que caminha “sem pudor”, isto é, faz-se transgressiva e crítica (Pennycook, 2006), perpassando por Estudos Culturais, Filosofia e Ciências Sociais, distanciando-se dos estudos essencialmente teóricos. Nesse contexto, o objetivo deste simpósio é agregar pesquisadores da LA cujas investigações circunscrevam a linguagem como prática social em suas relações com: a) tema e significação; e/ou, b) processos identitários (de gênero, classe etc.); e/ou, arquétipos de poder; e/ou, processos de ensino-aprendizagem de línguas. Partimos do pressuposto de que a LA caminha em busca de entendimentos de fenômenos da linguagem que escapem de visões essencialmente positivistas, reconhecendo a complexidade desses, trazendo para si problematizações gloco-locais e idiossincráticas, considerando abordagens disseminadoras de múltiplas oportunidades de aprendizagem, valorizando a qualidade de vida em sala de aula e, igualmente, inserindo-se em processos autocríticos em questões sensíveis, como as trazidas pelos próprios linguistas aplicados em teorizações sobre suas próprias práticas profissionais (Miller, 2013). Segundo Kleiman (2013), a partir de uma concepção suleadora da LA, que deve estar necessariamente implícita na agenda ética desse campo em decorrência da ênfase na produção das realidades sociais pela prática discursiva, a LA está em uma posição privilegiada para perceber e compreender as resistências (ou reexistências) de grupos minoritarizados que, a partir da periferia, ou de suas periferizações (socioidentárias, linguageira, econômicas etc.) constroem novos saberes num processo de transformação do global pelo local. Por assim dizer, as pesquisas apresentadas neste simpósio dizem respeito à busca pela compreensão de práticas discursivas emergentes das mais diversas esferas da atuação humana na proposição de oferecer perspectivas e reflexões que desafiem a nós e aos modelos estabelecidos nas sociedades contemporâneas, quer rompendo com eles, minando-os ou os problematizando para um entendimento mais profundo e crítico de tais práticas que os (nos) constituem e são por eles (nós) constituídas. Deste modo, espera-se, como resultado, que a interlocução promova a possibilidade de troca de saberes por meio do embate dialógico entre os vários pontos de vista que se constituirão na tensa construção de perspectivas para a construção de novas realidades, tanto locais quanto globais. Palavras-chave: Linguística Aplicada, Prática social, Prática discursiva, Novos saberes, Novas realidades.
ST21 – Linguística Aplicada e Análise Dialógica do Discurso: os tecnodiscursos e(em) redes sociais
Coordenação:Emerson Tadeu Cotrim Assunção (UNEB)Urbano Cavalcante Filho (UESC/IFBA) A história da Linguística Aplicada (LA) no Brasil é recente, se considerarmos os estudos da curricularização da Linguística nas Universidades brasileiras. Da década de 1960 pra cá, o foco e o escopo de interesse da LA têm se diversificado, mas sempre se pautando pelo viés da inter/tran/multidisciplinaridade, fato comprovado pelas suas vocações de pesquisas em estreitas relações com as ciências humanas e da linguagem (Moita Lopes, 2006, 2010, 2013; Kleiman; Cavalcanti, 2007; Signorini, 2001; Rajagopalan, 2003; Menezes; Silva; Gomes, 2009). Dentre as várias áreas de pesquisa no âmbito das ciências da linguagem, podemos destacar os estudos da LA em interface com os estudos da Análise Dialógica do Discurso (ADD) (Fiorin, 2010; Brait; Campos, 2009; Cavalcante Filho, 2022; Grilo, 2023; 2022), interessadas nas investigações em torno de discursividades advindas da Web, especialmente em redes sociais (Araújo; Leffa, 2016; Paveau; Costa; Barona, 2021; Paveau, 2022). É sobre esses estudos que esse Grupo de Trabalho (GT) pautará a sua área de interesse. As apresentações dos trabalhos se darão na forma de sessão coordenada de comunicações, com intervenções propositivas dos mediadores e dos comunicadores. Desse modo, espera-se que esse simpósio contribua com reflexões teóricas e empíricas para ampliações de quadros investigativos sobre pesquisas em linguagens em suas diversas formas de interesses e abrangências, em especial, àquelas que tomam as produções discursivas no ambiente digital como objeto de estudo. Assim, por intermédio de ações de interação sociocomunicativa, como a que propomos aqui, oportunizaremos que entrem em cena perspectivas teóricas que indiciam facetas multidisciplinares de compreensões desses estudos, produção de conhecimentos e momento dialógico de (re)significações de fenômenos linguísticos. Palavras-chave: Tecnodiscursividade, Enunciados digitais, Análise do discurso.