III Encontro Nacional de Linguística Aplicada

ST08 – Lingua(gem) como ação afirmativa na escola: contribuições da linguística aplicada para o ensino crítico de nossa língua materna, a Língua Portuguesa

Coordenação:Maria Teresa Tedesco Vilardo Abreu (UERJ)Hilma Ribeiro de Mendonça Ferreira (UERJ) Que tempos estamos vivendo! Que tempo de mudanças!! De reflexões! Essas mudanças precisam ser vistas, de forma crítica e reflexiva. Precisamos fazer com que as novas gerações entendam as mudanças sociais que estamos vivendo, sem considerar que (as mudanças) representam uma ilha social, que afetam somente um bairro, uma família, um grupo social. Parte-se da premissa de que a escola tem como função precípua construir reflexão – crítica, ampliando o conhecimento dos estudantes. Especificamente, as aulas de língua materna contribuem, sobremaneira, para este desenvolvimento sobre a vida, suas mudanças e o entendimento acerca dos diferentes contextos sociais em que as mudanças ocorrem. Para tanto, há de se pensar em currículo que, efetivamente, contribua para essa construção de identidade(s) dos diferentes sujeitos. Nosso foco principal é que leitura, escrita e análise linguística, pilares básicos das aulas de língua portuguesa, são instrumentos fundamentais para a construção deste sujeito crítico e reflexivo, pois o pleno domínio da língua é condição para o “agir no mundo”, desenvolvendo capacidade (s) de gerir conhecimentos em todas as áreas e com isso saber fazer escolhas ao longo de sua vida, em qualquer das esferas discursivas em que esteja inserido. Neste sentido, este simpósio visa a receber pesquisas que discutam, teórico-metodologicamente, ações didáticas relativas ao ensino de língua materna, em qualquer nível de escolaridade, que aliem o processo de aprendizagem da língua, embasado nos contributos da linguística aplicada, a ações afirmativas que resultem em discussões sobre práticas identitárias, sejam étnico-raciais, sejam de outra natureza, em abordagens textuais e discursivas. Palavras-chave: Ações afirmativas, Ensino de Língua Portuguesa, Linguagem, Processos de ensino e de aprendizagem.

ST07 – Educação Bilíngue de Surdos, Ensino de Libras e Escrita de Sinais

Coordenação:Alexandre Melo de Sousa (UFAL)Jânio Nunes dos Santos (UFAL) A Educação Bilíngue de Surdos vem sendo discutida há pelos menos duas décadas, no Brasil (Fernandes; Pereira; Ribeiro, 2024), a partir do Decreto Federal nº 5.626/2005 que estabeleceu a obrigatoriedade de as escolas ofertarem-na aos estudantes surdos, sendo a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como primeira língua e o português escrito como segunda língua (Brasil, 2005). Recentemente, a educação bilíngue de surdos ganhou o status de modalidade da educação formal no Brasil, a partir da Lei no 14.191/2021, cujo teor jurídico regulamenta a oferta em escolas bilíngues de surdos, classes bilíngues de surdos, escolas comuns, seja em polos de educação bilíngue de surdos, para educandos surdos, surdo-cegos, com deficiência auditiva sinalizantes, surdos com altas habilidades ou superdotação ou com outras deficiências associadas, optantes pela modalidade de educação bilíngue de surdos. Sabe-se que a Libras apresenta um papel essencial no processo de ensino e aprendizagem da L2. A perspectiva que se assume não é de transferência de conhecimento da primeira língua para a segunda nos moldes da mera tradução, mas de um processo paralelo de aquisição e aprendizagem de ambas, embora a Libras seja sempre a língua de mediação nos processos de ensino e de aprendizagem. Comunicar-se pela Libras, bem como ler e escrever em português escrito, são habilidades substanciais para o processo de desenvolvimento dos sujeitos surdos para que vivenciem plenamente as práticas e os eventos sociais de comunicação, contudo são processos complexos que envolvem diversas competências. Nestes moldes, as competências gramaticais e comunicativas dos estudantes são elementos fundamentais para o desenvolvimento da leitura e escrita do português (Quadros; Schmiedt, 2006) tendo em vista que a Libras constitui língua de mediação no processo das aprendizagens. Levando em consideração as diversas perspectivas teórico-metodológicas, este simpósio tem por interesse reunir trabalhos que se destinem a debater a educação bilíngue de surdos nas diversas etapas da educação básica e do ensino superior; o ensino da Libras como primeira língua e como segunda língua e a escrita de sinais. Palavras-chave: Educação Bilíngue de Surdos, Ensino de Libras, Escrita de Sinais.

ST06 – Leitura e escrita nos primeiros anos de escolarização

Coordenação:Elaine Cristina de Oliveira (UFBA)Cristiane Carneiro Capristano (UEM) A proposta deste simpósio é se constituir como um espaço de debate, reunindo pesquisas (concluídas ou em andamento), no campo do ensino e da aprendizagem de língua materna, cuja temática principal envolva a discussão sobre as práticas de leitura e/ou de escrita nos primeiros anos de escolarização, em particular, aqueles destinados ao Ensino Fundamental (1º ao 5º ano). As práticas de leitura e de escrita vivenciadas no cotidiano escolar são processos amplamente estudados em diferentes campos científicos. Em cada campo e no interior desses campos, essas práticas ganham também diferentes conotações, sendo, portanto, definidas e compreendidas sob variadas perspectivas teórico-metodológicas. Sem desmerecer a importância dessa pluralidade, este simpósio destina-se, primordialmente, a pesquisas desenvolvidas tendo como ponto de partida perspectivas linguístico-discursivas da leitura e/ou da escrita. Trata-se, pois, de privilegiar a discussão de pesquisas nas quais a descrição linguística dos processos de leitura e de escrita seja feita a partir da consideração de que esses processos não são atividades mecânicas de decodificar/codificar sílabas, palavras, sentenças ou textos, mas, sim, práticas sócio-históricas complexas que envolvem a produção de sentidos e resultam de gestos de interpretação dos sujeitos, desde sempre interpelados pela ideologia, pela história e pelo inconsciente. Nesse sentido, o simpósio visa a acomodar pesquisas fundadas na intersecção e no trânsito entre a descrição linguística e a compreensão discursiva das práticas de leitura e/ou de escrita. O privilégio a perspectivas linguístico-discursivas funda-se no desejo de promover debates e expandir o diálogo a respeito do potencial explicativo desse ponto de vista para a análise e compreensão da circulação das crianças por práticas sócio-históricas de leitura e de escrita, sobretudo aquelas vividas no contexto escolar. Palavras-chave: Leitura, Escrita, Escolarização, Perspectiva linguístico-discursiva.

ST05 – Ensino e formação de professores de língua materna: reflexões suleadas sob o escopo da LA

Coordenação:Dannytza Serra Gomes (UFC)Francisco Rogiellyson da Silva Andrade (UFC/CE) Este simpósio busca reunir pesquisas que visibilizem e desvelem questões acerca de ensino e/ou formação de professores de língua materna. Desse modo, interessam-nos projetos científicos que se balizem no escopo indisciplinar e decolonial da Linguística Aplicada – LA (Rajagopalan, 2003; Moita Lopes, 2006; Pennycook, 2006), por acreditarmos que essa diretriz permite a construção de um corpo de conhecimentos que objetiva problematizar e desvelar questões sociais atinentes a cada realidade local cujas reflexões gerem excedentes de visão para pensar translocalmente modos de ser e de pensar, na e pela linguagem, acionamentos para cada realidade da Linguística Aplicada que se faz aqui. A partir disso, elegemos como temática transversal ensino e formação de professores de língua materna, dado o fato de estudos, como o de Queiroz (2023), afirmarem que as licenciaturas vêm sofrendo uma severa crise desde 2018, com a eleição de governos de extrema direita e com as consequências da pandemia. Em virtude dessa realidade, pensamos ser necessário, a partir da LA em interface com as diversas searas teórico-metodológicas dos estudos discursivos, promover discussões que notabilizem a temática, apontando pontos invisibilizados, bem como promovendo ecos, atravessamentos e alargamentos de visão necessários a este Sul Global. Acreditamos que, com isso, daremos vazão à promoção de debates trans e indisciplinares que suleiam as discussões sobre ensino e formação de professores de língua materna, com forte apelo para refletir sobre a realidade transcultural e multissemiótica que hoje se mostra ubíqua nos cenários de aprendizagem. Palavras-chave: Ensino de língua materna, Formação de professores de línguas, Linguística Aplicada, Decolonialidade.

ST04 – Ensino da leitura: aspectos cognitivos e desafios práticos

Coordenação:Marcos Suel dos Santos (Semed-São Sebastião/AL)Maria Silma Lima de Brito (UFAL) A leitura é uma atividade complexa que exige a compreensão de diversos modelos e abordagens (Silveira, 2005) teórico-metodológicas. No contexto educacional, a compreensão dos processos cognitivos envolvidos na leitura é fundamental para práticas pedagógicas eficientes, especialmente nas aulas de língua portuguesa. Este simpósio tem como objetivo reunir pesquisadores, professores da educação básica e estudantes para discutir sobre os aspectos cognitivos da leitura e como eles impactam o ensino. Entre os temas envolvidos, destacam-se as estratégias cognitivas e metacognitivas, os processos de decodificação na fase inicial da alfabetização, a formação docente para o ensino da leitura, a relevância e os benéficos da leitura em voz alta. Ao considerar os desafios enfrentados no cenário nacional, incluindo a redução de quase sete milhões de leitores nos últimos quatro anos, conforme a pesquisa Retratos da Leitura (2024), este simpósio se apresenta como um espaço crucial para discutir soluções práticas e teóricas para melhorar a competência leitora no Brasil. A socialização de pesquisas, práticas e experiências permitirá o fortalecimento de uma educação alicerçada nos fundamentos cognitivos da leitura, contribuindo para o desenvolvimento de leitores proficientes e para a promoção de um ensino mais eficaz e transformador. Palavras-chave: Leitura, Aspectos cognitivos, Práticas de Ensino, Educação Básica.