III Encontro Nacional de Linguística Aplicada

ST43 – Produção de Texto na escola: prática docente e percepção discente

Coordenação:Rosângela Oliveira Cruz Pimenta (UFRPE/PPGLL-UFAL)Roseane Santana Santos (Seduc-SE) A formação de escritores na escola é algo complexo, cujos resultados não são avaliados constantemente por instrumentos oficiais, como o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) e o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), mas são percebidos pelo baixo desempenho dos alunos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Nessa perspectiva, é importante ouvir alunos e professores sobre suas impressões a respeito das atividades vivenciadas na escola para a formação escrita, pois conhecer a percepção dos alunos sobre o suporte disponibilizado pelo professor ao longo do processo de escrita serve de reflexão sobre a prática letiva, ajudando a equacionar gestos, procedimentos e interações (Messias; Dolz, 2015; Silva, 2013), a diversificar estratégias de suporte ao processo de escrita, assim como conhecer as reflexões dos docentes sobre a sua prática ajuda a reorientar (alterar/ajustar) o seu trabalho para ir ao encontro das necessidades apontadas pelos alunos (Araújo; Martins; Osório; Faria, 2017; Carvalho; Conboy; Santos; Fonseca; Tavares; Martins; Salema; Fiuza; Gama, 2014). No âmbito de uma didática da escrita baseada em contextos reais de aprendizagem escolar, são importantes os estudos que contribuem com perspectivas centradas nos alunos, em particular sobre a sua relação com a escrita, as suas expectativas relativamente ao professor e ao suporte pedagógico-didático esperado durante as aulas e ao longo do processo de escrita. Estudos sobre a relação dos alunos com a escrita com base nas suas percepções (Rei, 1998; Cardoso; Pereira, 2007; Cardoso, 2009; Antunes; Silva, 2016; Cardoso; Pereira; Lopes; Lopes, 2018) têm dado visibilidade a questões cruciais para se compreender a resistência e as dificuldades que os alunos sentem perante atividades de escrita na escola, tais como: a avaliação como finalidade; utilidade e motivação para a escrita; a escrita como atividade solitária; o professor como interlocutor privilegiado e substancialmente preferido em contextos de escrita (Cardoso et al., 2018). O objetivo deste simpósio é partilhar, por um lado, estudos qualitativos centrados nas percepções de alunos quanto às aulas e às dificuldades sentidas no processo de construção do texto e quanto às formas de apoio pedagógico-didático que entendem como mais benéficas para a aprendizagem da escrita na escola; por outro lado, nas percepções dos professores da Educação Básica quanto às suas práticas didáticas e metodologias de ensino da produção textual que percebem como benéficas para a formação escrita discente. Palavras-chave: Ensino de escrita, Prática docente, Percepção discente, Gestos didáticos, Didática da escrita.

ST42 – Análise de Discurso Crítica na Educação

Coordenação:Ana Maria Sá Martins (UEMA)Carlos Eduardo de Paula Santos (UFPI) Para este simpósio temático aceitaremos pesquisas que relacionem Análise de Discurso Crítica com processos de ensino e aprendizagem de língua portuguesa na educação básica. Pesquisas que envolvem teorias da aprendizagem, didática, metodologias de ensino, ideologias linguísticas, tendências pedagógicas, elaboração de recursos pedagógicos, políticas educacionais, identidade docente e discente, formação de professores, avaliação da aprendizagem, letramentos críticos e atividades na educação básica nos interessam. Vale destacar que, em alguma medida, as pesquisas devem utilizar como aporte teórico a Análise de Discurso Crítica que é defendida por Fairclough (1989, 2003, 2019), Chouliaraki e Fairclough (1999); Fairclough e Fairclough (2012); Resende e Ramalho (2016); Batista Jr. (2018); Magalhães (2019); Rogers et al (2016), mas também aceitaremos outras abordagens dos Estudos Críticos de Linguagem. Nossa intenção é contribuir com estudos que relacionem ADC e educação em busca de uma consciência linguística crítica e da mudança social. Valorizaremos estudos que façam uma relação direta entre os pressupostos críticos e as pesquisas em educação. Palavras-chave: Análise de Discurso Crítica, Educação, Ensino básico.

ST41 – Ensino de língua pela Educação Científica à Didática de Plurilinguismo no Ensino-Aprendizagem de Língua Portuguesa: (re)pensando a Educação e a Cidadania GloCal

Coordenação:Sweder Souza (UNIFESSPA)Andréia Rutiquewiski (UTFPR) A proposta deste simpósio parte da premissa de que o ensino-aprendizagem de línguas, sobretudo na língua portuguesa, quando orientado por uma perspectiva plurilíngue e intercultural, é uma ferramenta crucial para a formação de uma cidadania GloCal – ou seja, um cidadão que seja, ao mesmo tempo, consciente das questões globais e capaz de atuar de forma contextualizada em seu espaço local. O termo “GloCal” expressa a necessidade contemporânea de educar indivíduos aptos a transitar entre culturas, línguas e realidades distintas, promovendo o diálogo entre o global e o local. Em um mundo cada vez mais globalizado e multicultural, a necessidade de uma formação docente que considere o plurilinguismo e a diversidade cultural é mais premente do que nunca. O plurilinguismo se apresenta como uma abordagem pedagógica que promove a valorização das diferentes línguas e culturas, incentivando o diálogo intercultural e a inclusão. Nesse sentido, o ensino e a formação de professores de língua materna deve estar alinhada a essa perspectiva, promovendo práticas educativas que atendam às demandas de um cenário educacional complexo e diversificado. Assim, este Simpósio visa discutir os desafios e as possibilidades das práticas de ensino de língua portuguesa no contexto do plurilinguismo, com foco na formação docente. Serão abordadas questões sobre a integração das línguas e culturas no processo educativo, a formação de professores plurilíngues e interculturais, bem como a implementação de políticas educacionais que favoreçam essa abordagem. Objetivamos, assim, debater o papel do plurilinguismo no ensino-aprendizagem da língua materna, e na formação de professores; refletir sobre os desafios contemporâneos enfrentados pelas práticas de ensino em contextos plurilíngues e multiculturais; apresentar práticas e metodologias para o ensino de língua portuguesa que integrem a diversidade linguística e cultural; (re)pensar como o ensino de língua materna pode contribuir para a formação de cidadãos críticos e conscientes, capazes de atuar de forma significativa tanto no nível global quanto no nível local; promover o intercâmbio de experiências e pesquisas sobre a formação docente para o plurilinguismo, dentre outras proposições. Espera-se, assim, que o Simpósio contribua para a construção de um espaço de reflexão crítica e troca de experiências sobre o ensino de língua portuguesa a partir da perspectiva do plurilinguismo, promovendo um avanço nas discussões sobre a formação docente e o desenvolvimento de práticas pedagógicas inclusivas e interculturais. Palavras-Chave: Educação Linguística, Ensino de Língua Portuguesa, Didática do Plurilinguismo, Formação de Professores.

ST40 – Ensino de língua pela Educação Científica

Coordenação:Shirlei Marly Alves (UESPI)Wagner Rodrigues Silva (UFT/CNPq) As ciências são desenvolvidas continuamente conforme pesquisas científicas realizadas em função da elaboração de respostas para diferentes demandas sociais emergentes. No âmbito do ensino e da formação de professores de Português como língua materna (LM), não tem sido diferente. Nas últimas décadas, diversos empreendimentos investigativos foram produzidos na Linguística Aplicada (LA), Linguística e Educação com o propósito de transformar o paradigma de ensino das aulas de Língua Portuguesa em escolas brasileiras, considerando diferentes níveis e modalidades de ensino. Em outros termos, esforços vêm sendo investidos para aprimorar metodologias e práticas pedagógicas a fim de se desdobrarem em resultados mais sustentáveis na instrução de falantes, leitores, escritores e conhecedores do sistema linguístico. Evidências dessas contribuições podem ser encontradas em diretrizes curriculares municipais, estaduais e nacionais, destinadas ao ensino básico e à formação docente, e, inclusive, em programas especiais de ensino, a exemplo de olimpíadas escolares e feiras científicas. Nessa perspectiva, a abordagem teórico-pedagógica da educação científica, em construção na LA, campo indisciplinar de investigação científica em que está inserido este simpósio, mostra-se bastante promissora por possibilitar, por um lado, no ensino básico, (a) contextualização de situações educativas, (b) articulações de práticas escolares de linguagem e (c) enfoques de temáticas sociais necessárias à formação cidadã crítica. Tais desdobramentos, por outro lado, têm trazido encaminhamentos metodológicos mais precisos à formação inicial e continuada de professores, podendo contribuir para a fortalecimento de profissionais com posturas críticas, questionadoras, investigativas e propositivas, configurando o local de trabalho do professor como legítimo espaço de construção de saberes, inclusive na interlocução com docentes universitários. Nessa perspectiva, este simpósio foi proposto para reunir resultados parciais e finais de pesquisas em torno da abordagem da educação científica, considerando diferentes locais e objetos de investigação, além de construções investigativas indisciplinares, de maneira que sejam compartilhadas evidências de contribuições teóricas para a LA e práticas para o ensino e a formação de professores de LM. O trabalho realizado neste simpósio contribuirá para as atividades especializadas realizadas nos seguintes grupos de pesquisa: Laboratório de Leitura e Escrita Acadêmicas – LEIA (UESPI/CNPq) e Práticas de Linguagens – PLES (UFT/CNPq). Palavras-chave: Educação Científica, Ensino de Língua Materna, Materiais Didáticos, Diretrizes Curriculares, Formação de Professores.

ST09 – Produção textual e ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa: abordagens teórico-metodológicas da atividade metalinguística à luz da Genética Textual

Coordeção:Mauri Célio Alves Santana (UFAL)Rosiene Omena Bispo (Seduc/AL) Este simpósio temático visa a reunir trabalhos voltados ao ensino e à aprendizagem de Língua Portuguesa no contexto da escrita colaborativa, com base em fundamentos da Genética Textual (GT) e da Linguística Enunciativa. A proposta parte da compreensão do texto como um processo em curso, e não como mero produto final, priorizando a observação da escritura em ato, na qual rasuras gráficas e orais (apagamentos, acréscimos, substituições, deslocamentos) revelam operações cognitivas e metalinguísticas relevantes para o aprendizado da língua. A Genética Textual, inicialmente ligada à Crítica Literária (Fabre, 1986, 1990), passou a ser aplicada aos manuscritos escolares (Calil, 1998, 2016), ampliando as possibilidades de análise dos processos de escrita em contextos reais de sala de aula. A partir dessa perspectiva, os borrões, hesitações e reformulações durante a produção colaborativa do texto ganham status de objetos de análise, permitindo compreender como os sujeitos refletem sobre a linguagem durante a escrita. Nesse contexto, destacamos o papel da atividade metalinguística, compreendida como ação reflexiva, consciente ou não, sobre a língua (Camps et al., 1999, 2000, 2005; Culioli, 1990), particularmente em sua relação com o ensino da gramática. A escrita colaborativa oferece terreno fértil para essa atividade, pois o confronto de ideias, a necessidade de negociação linguística e a verbalização de conflitos podem revelar não apenas o que os estudantes sabem, mas como eles pensam sobre a linguagem. Dessa forma, este simpósio acolherá estudos concluídos ou pesquisas em andamento que focalizem práticas de produção textual em situação colaborativa, observando especialmente as interações face a face entre alunos e/ou entre professor e alunos, em que emergem comentários metalinguísticos relacionados a aspectos linguísticos, gramaticais, textuais, semânticos ou pragmáticos. Pretende-se, com isso, fomentar discussões que contribuam para o avanço das investigações sobre a aprendizagem da Língua Portuguesa, sobretudo em sua dimensão processual e dialógica. Palavras-chave: Genética Textual. Atividade metalinguística. Ensino de Língua Portuguesa. Escrita colaborativa. Manuscrito escolar.

ST08 – Lingua(gem) como ação afirmativa na escola: contribuições da linguística aplicada para o ensino crítico de nossa língua materna, a Língua Portuguesa

Coordenação:Maria Teresa Tedesco Vilardo Abreu (UERJ)Hilma Ribeiro de Mendonça Ferreira (UERJ) Que tempos estamos vivendo! Que tempo de mudanças!! De reflexões! Essas mudanças precisam ser vistas, de forma crítica e reflexiva. Precisamos fazer com que as novas gerações entendam as mudanças sociais que estamos vivendo, sem considerar que (as mudanças) representam uma ilha social, que afetam somente um bairro, uma família, um grupo social. Parte-se da premissa de que a escola tem como função precípua construir reflexão – crítica, ampliando o conhecimento dos estudantes. Especificamente, as aulas de língua materna contribuem, sobremaneira, para este desenvolvimento sobre a vida, suas mudanças e o entendimento acerca dos diferentes contextos sociais em que as mudanças ocorrem. Para tanto, há de se pensar em currículo que, efetivamente, contribua para essa construção de identidade(s) dos diferentes sujeitos. Nosso foco principal é que leitura, escrita e análise linguística, pilares básicos das aulas de língua portuguesa, são instrumentos fundamentais para a construção deste sujeito crítico e reflexivo, pois o pleno domínio da língua é condição para o “agir no mundo”, desenvolvendo capacidade (s) de gerir conhecimentos em todas as áreas e com isso saber fazer escolhas ao longo de sua vida, em qualquer das esferas discursivas em que esteja inserido. Neste sentido, este simpósio visa a receber pesquisas que discutam, teórico-metodologicamente, ações didáticas relativas ao ensino de língua materna, em qualquer nível de escolaridade, que aliem o processo de aprendizagem da língua, embasado nos contributos da linguística aplicada, a ações afirmativas que resultem em discussões sobre práticas identitárias, sejam étnico-raciais, sejam de outra natureza, em abordagens textuais e discursivas. Palavras-chave: Ações afirmativas, Ensino de Língua Portuguesa, Linguagem, Processos de ensino e de aprendizagem.

ST07 – Educação Bilíngue de Surdos, Ensino de Libras e Escrita de Sinais

Coordenação:Alexandre Melo de Sousa (UFAL)Jânio Nunes dos Santos (UFAL) A Educação Bilíngue de Surdos vem sendo discutida há pelos menos duas décadas, no Brasil (Fernandes; Pereira; Ribeiro, 2024), a partir do Decreto Federal nº 5.626/2005 que estabeleceu a obrigatoriedade de as escolas ofertarem-na aos estudantes surdos, sendo a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como primeira língua e o português escrito como segunda língua (Brasil, 2005). Recentemente, a educação bilíngue de surdos ganhou o status de modalidade da educação formal no Brasil, a partir da Lei no 14.191/2021, cujo teor jurídico regulamenta a oferta em escolas bilíngues de surdos, classes bilíngues de surdos, escolas comuns, seja em polos de educação bilíngue de surdos, para educandos surdos, surdo-cegos, com deficiência auditiva sinalizantes, surdos com altas habilidades ou superdotação ou com outras deficiências associadas, optantes pela modalidade de educação bilíngue de surdos. Sabe-se que a Libras apresenta um papel essencial no processo de ensino e aprendizagem da L2. A perspectiva que se assume não é de transferência de conhecimento da primeira língua para a segunda nos moldes da mera tradução, mas de um processo paralelo de aquisição e aprendizagem de ambas, embora a Libras seja sempre a língua de mediação nos processos de ensino e de aprendizagem. Comunicar-se pela Libras, bem como ler e escrever em português escrito, são habilidades substanciais para o processo de desenvolvimento dos sujeitos surdos para que vivenciem plenamente as práticas e os eventos sociais de comunicação, contudo são processos complexos que envolvem diversas competências. Nestes moldes, as competências gramaticais e comunicativas dos estudantes são elementos fundamentais para o desenvolvimento da leitura e escrita do português (Quadros; Schmiedt, 2006) tendo em vista que a Libras constitui língua de mediação no processo das aprendizagens. Levando em consideração as diversas perspectivas teórico-metodológicas, este simpósio tem por interesse reunir trabalhos que se destinem a debater a educação bilíngue de surdos nas diversas etapas da educação básica e do ensino superior; o ensino da Libras como primeira língua e como segunda língua e a escrita de sinais. Palavras-chave: Educação Bilíngue de Surdos, Ensino de Libras, Escrita de Sinais.

ST06 – Leitura e escrita nos primeiros anos de escolarização

Coordenação:Elaine Cristina de Oliveira (UFBA)Cristiane Carneiro Capristano (UEM) A proposta deste simpósio é se constituir como um espaço de debate, reunindo pesquisas (concluídas ou em andamento), no campo do ensino e da aprendizagem de língua materna, cuja temática principal envolva a discussão sobre as práticas de leitura e/ou de escrita nos primeiros anos de escolarização, em particular, aqueles destinados ao Ensino Fundamental (1º ao 5º ano). As práticas de leitura e de escrita vivenciadas no cotidiano escolar são processos amplamente estudados em diferentes campos científicos. Em cada campo e no interior desses campos, essas práticas ganham também diferentes conotações, sendo, portanto, definidas e compreendidas sob variadas perspectivas teórico-metodológicas. Sem desmerecer a importância dessa pluralidade, este simpósio destina-se, primordialmente, a pesquisas desenvolvidas tendo como ponto de partida perspectivas linguístico-discursivas da leitura e/ou da escrita. Trata-se, pois, de privilegiar a discussão de pesquisas nas quais a descrição linguística dos processos de leitura e de escrita seja feita a partir da consideração de que esses processos não são atividades mecânicas de decodificar/codificar sílabas, palavras, sentenças ou textos, mas, sim, práticas sócio-históricas complexas que envolvem a produção de sentidos e resultam de gestos de interpretação dos sujeitos, desde sempre interpelados pela ideologia, pela história e pelo inconsciente. Nesse sentido, o simpósio visa a acomodar pesquisas fundadas na intersecção e no trânsito entre a descrição linguística e a compreensão discursiva das práticas de leitura e/ou de escrita. O privilégio a perspectivas linguístico-discursivas funda-se no desejo de promover debates e expandir o diálogo a respeito do potencial explicativo desse ponto de vista para a análise e compreensão da circulação das crianças por práticas sócio-históricas de leitura e de escrita, sobretudo aquelas vividas no contexto escolar. Palavras-chave: Leitura, Escrita, Escolarização, Perspectiva linguístico-discursiva.

ST05 – Ensino e formação de professores de língua materna: reflexões suleadas sob o escopo da LA

Coordenação:Dannytza Serra Gomes (UFC)Francisco Rogiellyson da Silva Andrade (UFC/CE) Este simpósio busca reunir pesquisas que visibilizem e desvelem questões acerca de ensino e/ou formação de professores de língua materna. Desse modo, interessam-nos projetos científicos que se balizem no escopo indisciplinar e decolonial da Linguística Aplicada – LA (Rajagopalan, 2003; Moita Lopes, 2006; Pennycook, 2006), por acreditarmos que essa diretriz permite a construção de um corpo de conhecimentos que objetiva problematizar e desvelar questões sociais atinentes a cada realidade local cujas reflexões gerem excedentes de visão para pensar translocalmente modos de ser e de pensar, na e pela linguagem, acionamentos para cada realidade da Linguística Aplicada que se faz aqui. A partir disso, elegemos como temática transversal ensino e formação de professores de língua materna, dado o fato de estudos, como o de Queiroz (2023), afirmarem que as licenciaturas vêm sofrendo uma severa crise desde 2018, com a eleição de governos de extrema direita e com as consequências da pandemia. Em virtude dessa realidade, pensamos ser necessário, a partir da LA em interface com as diversas searas teórico-metodológicas dos estudos discursivos, promover discussões que notabilizem a temática, apontando pontos invisibilizados, bem como promovendo ecos, atravessamentos e alargamentos de visão necessários a este Sul Global. Acreditamos que, com isso, daremos vazão à promoção de debates trans e indisciplinares que suleiam as discussões sobre ensino e formação de professores de língua materna, com forte apelo para refletir sobre a realidade transcultural e multissemiótica que hoje se mostra ubíqua nos cenários de aprendizagem. Palavras-chave: Ensino de língua materna, Formação de professores de línguas, Linguística Aplicada, Decolonialidade.

ST04 – Ensino da leitura: aspectos cognitivos e desafios práticos

Coordenação:Marcos Suel dos Santos (Semed-São Sebastião/AL)Maria Silma Lima de Brito (UFAL) A leitura é uma atividade complexa que exige a compreensão de diversos modelos e abordagens (Silveira, 2005) teórico-metodológicas. No contexto educacional, a compreensão dos processos cognitivos envolvidos na leitura é fundamental para práticas pedagógicas eficientes, especialmente nas aulas de língua portuguesa. Este simpósio tem como objetivo reunir pesquisadores, professores da educação básica e estudantes para discutir sobre os aspectos cognitivos da leitura e como eles impactam o ensino. Entre os temas envolvidos, destacam-se as estratégias cognitivas e metacognitivas, os processos de decodificação na fase inicial da alfabetização, a formação docente para o ensino da leitura, a relevância e os benéficos da leitura em voz alta. Ao considerar os desafios enfrentados no cenário nacional, incluindo a redução de quase sete milhões de leitores nos últimos quatro anos, conforme a pesquisa Retratos da Leitura (2024), este simpósio se apresenta como um espaço crucial para discutir soluções práticas e teóricas para melhorar a competência leitora no Brasil. A socialização de pesquisas, práticas e experiências permitirá o fortalecimento de uma educação alicerçada nos fundamentos cognitivos da leitura, contribuindo para o desenvolvimento de leitores proficientes e para a promoção de um ensino mais eficaz e transformador. Palavras-chave: Leitura, Aspectos cognitivos, Práticas de Ensino, Educação Básica.

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