III Encontro Nacional de Linguística Aplicada

CC10 – A produção escrita no contexto da Educação Básica

Coordenação:Mônica de Souza Serafim (UFC)Maria das Doris Moreira de Araújo (UVA) O ensino e a aprendizagem de língua materna baseiam-se nas contribuições significativas dos estudos linguísticos, principalmente, no tocante às abordagens de produção textual escrita e suas metodologias de ensino, que tornam o ensino e a aprendizagem mais efetivos e permitem que alunos e professores ampliem o conhecimento dessa prática de linguagem em ambientes intra e extra escolares. Tendo por base tal premissa, essa comunicação tem por objetivo congregar pesquisas sobre a produção textual escrita na sala de aula da educação básica. A importância de tal temática dentro dos estudos sobre o ensino e a aprendizagem de línguas reside na ênfase de que ainda é necessário conferir à escrita um papel que vai além da redação para fins de vestibular, mas sim como uma prática que circunda vários outros campos sociais. O desenvolvimento de habilidades da escrita como prática social é essencial para que os cidadãos estabeleçam propósitos comunicativos de maneira efetiva. Pretendemos, portanto, discutir o ensino-aprendizagem de língua portuguesa, levando em consideração habilidades e especificidades da escrita, a partir de diferentes perspectivas teóricas, o que, a nosso ver, contribui mormente para diversos olhares sobre a escrita na sala de aula da educação básica. Palavras-chave: Ensino de Língua Portuguesa. Escrita. Educação Básica.

ST47 – Dialogismo, alteridade constitutiva e colaboração na educação linguística: perspectivas e desafios

Coordenação:Carla Janaina Figueredo (UFG)Layssa Gabriela Almeida e Silva Mello (UFG) Tendo em vista que o Círculo de Bakhtin enfatiza o caráter sociointeracional e dialógico das línguas (Bakhtin, 2004), indo além de seu caráter sistêmico e estrutural, acreditamos ser de grande importância que estudos no campo da educação linguística sejam amparados pela arquitetônica bakhtiniana de modo a compreender melhor os processos interacionais pelos quais os sujeitos dialógicos se engajam e são engajados. Primeiramente, pensar em educação linguística dialógica é compreender a constante relação entre língua e seus falantes/usuários (Vigotski, 2003), em como os sujeitos se constituem discursivamente por meio de suas interações com outros sujeitos, e em como afetam e são afetados pelo agir responsivo-responsável de seus interlocutores impregnados por ideologias diversas. Em segundo lugar, pensar em educação linguística é, também, promover a busca consciente do agir exotópico (Machado, 2010), ético (Silvestre et al., 2015) e polifônico (Seidel, 2022), pelo qual seus agentes têm a oportunidade de ampliar não somente seus horizontes socioculturais e linguísticos, mas, também, suas perspectivas críticas, valorativas e avaliativas. Tendo em mente os pressupostos mencionados, este simpósio tem por objetivo geral articular conceitos basilares de Bakhtin e Vigotski, tais como dialogismo, alteridade constitutiva e colaboração, a estudos acadêmico-científicos realizados no campo da educação linguística. Como objetivos específicos, espera-se que, por meio dessa articulação mediada pelos construtos do diálogo e da colaboração, diferentes objetos de estudo (ex. o processo de ensino e/ou de aprendizagem de línguas adicionais – espanhol, francês, inglês, português e outras; língua materna, como o português brasileiro e a Libras; formação de professores de línguas; e estudos do discurso) possam não somente promover um olhar crítico acerca das perspectivas trazidas por cada uma dessas esferas, como, também, apontar possíveis caminhos no enfrentamento dos desafios encarados por cada uma delas. Como as pesquisas qualitativas exploram as experiências de aprendizagem e as práticas pedagógicas de forma mais reflexiva e interpretativa, esperamos que os trabalhos apresentados neste simpósio adotem esta metodologia, o que, por sua vez, não exclui a utilização de dados quantitativos. Nesse sentido, a realização deste simpósio temático justifica-se pela importância de compartilhar conhecimentos e ações provenientes do campo da pesquisa, bem como refletir sobre eles, e, por conseguinte, buscar novas frentes que possam contribuir com o contexto de educação linguística pelo viés da arquitetônica bakhtiniana e da aprendizagem colaborativa vigotskiana. Palavras-chave: Interação, Dialogismo, Alteridade, Colaboração, Educação Linguística.

ST46 – Tradição e inovação nas práticas de análise linguística em contextos de ensino de português

Coordenação:Herbertt Neves (UFPE)Laura Dourado Loula Régis (UFCG) Este simpósio temático tem como propósito reunir pesquisas que analisem e discutam as práticas de análise linguística em diferentes contextos de ensino do português como língua materna, examinando de forma aprofundada os fundamentos teóricos que as sustentam e os pressupostos metodológicos que orientam a seleção e o tratamento dos objetos de investigação. Pretende-se fomentar um debate qualificado sobre os caminhos, desafios e contribuições dessa prática para a formação docente, a elaboração de materiais didáticos e o desenvolvimento de políticas educacionais, entre outros aspectos. Serão aceitos trabalhos que abordem o tema a partir da pesquisa em materiais didáticos de diferentes gêneros e formatos, incluindo livros, plataformas digitais e outros recursos multimodais, bem como estudos sobre a presença da análise linguística em documentos oficiais nos âmbitos municipal, estadual e nacional. Além disso, são bem-vindas investigações que explorem o papel da prática de análise linguística em avaliações escolares e exames de larga escala. Os contextos da formação inicial e da continuada de professores de português, como foco nas práticas de análise linguística, também podem ser temas das análises. Por fim, podem ser temas o ensino de aspectos variados da língua portuguesa, abrangendo desde questões lexicais e gramaticais até fenômenos discursivos e textuais. O simpósio busca promover um diálogo que contemple desde perspectivas mais clássicas, baseadas na descrição e sistematização dos elementos linguísticos, até abordagens contemporâneas que incorporem novas semioses e perspectivas multimodais, ampliando a compreensão sobre os usos da língua em diferentes esferas sociais. Os trabalhos apresentados deverão se apoiar em referenciais teóricos consistentes, contemplando tanto estudos fundadores da área quanto pesquisas mais recentes e inovadoras (Geraldi, 1984; Franchi, 1991; Neves, 1990; 2007; Antunes, 2005; 2007; 2012; 2014; 2017; Travaglia, 1996; 2009; Mendonça, 2006; 2021; Acosta Pereira, 2022; Acosta Pereira; Costa-Hübes, 2021; entre outros), contribuindo para a compreensão das relações entre tradição e inovação no ensino de português (Bezerra; Reinaldo, 2020). Espera-se, portanto, que as reflexões propostas auxiliem na caracterização do que pode ser compreendido como prática inovadora de análise linguística, ao mesmo tempo em que promovam uma problematização criteriosa de abordagens que, embora apresentem propostas de renovação, ainda mantêm traços característicos de modelos tradicionais. Dessa forma, o simpósio se caracteriza como um espaço de discussão robusto e produtivo, incentivando o diálogo entre diferentes correntes teóricas e experiências práticas no ensino da língua portuguesa.Palavras-chave: Práticas de análise linguística, Ensino de português, Inovação.

ST45 – O leitor, o texto, e o contexto psicossociocultural: pesquisas a respeito da (compreensão em) leitura

Coordenação:Luciane Baretta (Unicentro)Claudia Finger-Kratochvil (UFFS) Ler e compreender. Esse é o objetivo do leitor e o objetivo do processo de ensino e aprendizagem da (compreensão em) leitura. Independentemente da idade, da condição social, ou da fase da vida em que se encontra, o objetivo maior do leitor é ser capaz de desvelar o texto que está diante de si. As etapas envolvidas nessa tarefa cognitiva (e cultural) altamente complexa envolvem uma variedade de processos que têm instigado pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento a buscar compreender o que ocorre no cérebro-mente do leitor a partir do momento que seus olhos capturam os traços existentes no suporte (e.g., papel/tela). Em “A ciência da leitura: caminhos da pesquisa para pensar o texto, o leitor e o contexto sociocultural”, publicado em 2022, as proponentes deste simpósio, que partilham longa caminhada e interesses sobre a ciência da leitura, retomam as discussões sobre os estudos em leitura e revisitam os modelos teóricos que buscam explicar e explicitar os processos e componentes envolvidos na compreensão em leitura. Partindo dos modelos de processamento do texto (descendente, ascendente, interativo), este simpósio propõe a discussão sobre as questões (psico)linguísticas, cognitivas e socioculturais envolvidas nas habilidades de (compreensão em) leitura. Pesquisas com discussão de dados acerca de diferentes etapas e processos da leitura em diferentes suportes, de leitores de diferentes idades, bem como revisões de literatura a respeito de estudos comportamentais e com ferramentas tecnológicas são bem-vindos.  Palavras-chave: Ensino e aprendizagem, (Compreensão em) Leitura, Avaliação em leitura, Aquisição e processamento. 

ST44 – O ensino de língua portuguesa e as demandas da educação contemporânea: contribuições do Profletras

Coordenaçao:Fabiana Pincho de Oliveira (Profletras/Ufal)Maria Inez Matoso Silveira (Profletras/PPGLL/Ufal) Este simpósio temático visa reunir pesquisas desenvolvidas no âmbito do Programa de Mestrado Profissional em Letras (Profletras), com foco na linha de pesquisa “Estudos da Linguagem e Práticas Sociais”. O objetivo é promover um espaço de diálogo e reflexão sobre as diversas interfaces entre língua, texto, discurso e letramentos e a formação de professores de Língua Portuguesa que atuam na Educação Básica. Serão aceitas pesquisas de caráter interventivo que reflitam sobre o ensino e a aprendizagem da leitura/escuta, produção de textos e análise linguística/semiótica, explorando como as práticas linguísticas se manifestam e se transformam em diferentes contextos de interação social. O simpósio busca fomentar a troca de experiências entre pesquisadores, professores e demais interessados, contribuindo para o avanço dos estudos da linguagem e para a formação de profissionais críticos e engajados com a melhoria do ensino de Língua Portuguesa na Educação Básica. Palavras-chave: Profletras; Pesquisa de intervenção pedagógica; Língua Portuguesa; Educação Básica.

ST43 – Produção de Texto na escola: prática docente e percepção discente

Coordenação:Rosângela Oliveira Cruz Pimenta (UFRPE/PPGLL-UFAL)Roseane Santana Santos (Seduc-SE) A formação de escritores na escola é algo complexo, cujos resultados não são avaliados constantemente por instrumentos oficiais, como o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) e o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), mas são percebidos pelo baixo desempenho dos alunos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Nessa perspectiva, é importante ouvir alunos e professores sobre suas impressões a respeito das atividades vivenciadas na escola para a formação escrita, pois conhecer a percepção dos alunos sobre o suporte disponibilizado pelo professor ao longo do processo de escrita serve de reflexão sobre a prática letiva, ajudando a equacionar gestos, procedimentos e interações (Messias; Dolz, 2015; Silva, 2013), a diversificar estratégias de suporte ao processo de escrita, assim como conhecer as reflexões dos docentes sobre a sua prática ajuda a reorientar (alterar/ajustar) o seu trabalho para ir ao encontro das necessidades apontadas pelos alunos (Araújo; Martins; Osório; Faria, 2017; Carvalho; Conboy; Santos; Fonseca; Tavares; Martins; Salema; Fiuza; Gama, 2014). No âmbito de uma didática da escrita baseada em contextos reais de aprendizagem escolar, são importantes os estudos que contribuem com perspectivas centradas nos alunos, em particular sobre a sua relação com a escrita, as suas expectativas relativamente ao professor e ao suporte pedagógico-didático esperado durante as aulas e ao longo do processo de escrita. Estudos sobre a relação dos alunos com a escrita com base nas suas percepções (Rei, 1998; Cardoso; Pereira, 2007; Cardoso, 2009; Antunes; Silva, 2016; Cardoso; Pereira; Lopes; Lopes, 2018) têm dado visibilidade a questões cruciais para se compreender a resistência e as dificuldades que os alunos sentem perante atividades de escrita na escola, tais como: a avaliação como finalidade; utilidade e motivação para a escrita; a escrita como atividade solitária; o professor como interlocutor privilegiado e substancialmente preferido em contextos de escrita (Cardoso et al., 2018). O objetivo deste simpósio é partilhar, por um lado, estudos qualitativos centrados nas percepções de alunos quanto às aulas e às dificuldades sentidas no processo de construção do texto e quanto às formas de apoio pedagógico-didático que entendem como mais benéficas para a aprendizagem da escrita na escola; por outro lado, nas percepções dos professores da Educação Básica quanto às suas práticas didáticas e metodologias de ensino da produção textual que percebem como benéficas para a formação escrita discente. Palavras-chave: Ensino de escrita, Prática docente, Percepção discente, Gestos didáticos, Didática da escrita.

ST42 – Análise de Discurso Crítica na Educação

Coordenação:Ana Maria Sá Martins (UEMA)Carlos Eduardo de Paula Santos (UFPI) Para este simpósio temático aceitaremos pesquisas que relacionem Análise de Discurso Crítica com processos de ensino e aprendizagem de língua portuguesa na educação básica. Pesquisas que envolvem teorias da aprendizagem, didática, metodologias de ensino, ideologias linguísticas, tendências pedagógicas, elaboração de recursos pedagógicos, políticas educacionais, identidade docente e discente, formação de professores, avaliação da aprendizagem, letramentos críticos e atividades na educação básica nos interessam. Vale destacar que, em alguma medida, as pesquisas devem utilizar como aporte teórico a Análise de Discurso Crítica que é defendida por Fairclough (1989, 2003, 2019), Chouliaraki e Fairclough (1999); Fairclough e Fairclough (2012); Resende e Ramalho (2016); Batista Jr. (2018); Magalhães (2019); Rogers et al (2016), mas também aceitaremos outras abordagens dos Estudos Críticos de Linguagem. Nossa intenção é contribuir com estudos que relacionem ADC e educação em busca de uma consciência linguística crítica e da mudança social. Valorizaremos estudos que façam uma relação direta entre os pressupostos críticos e as pesquisas em educação. Palavras-chave: Análise de Discurso Crítica, Educação, Ensino básico.

ST41 – Ensino de língua pela Educação Científica à Didática de Plurilinguismo no Ensino-Aprendizagem de Língua Portuguesa: (re)pensando a Educação e a Cidadania GloCal

Coordenação:Sweder Souza (UNIFESSPA)Andréia Rutiquewiski (UTFPR) A proposta deste simpósio parte da premissa de que o ensino-aprendizagem de línguas, sobretudo na língua portuguesa, quando orientado por uma perspectiva plurilíngue e intercultural, é uma ferramenta crucial para a formação de uma cidadania GloCal – ou seja, um cidadão que seja, ao mesmo tempo, consciente das questões globais e capaz de atuar de forma contextualizada em seu espaço local. O termo “GloCal” expressa a necessidade contemporânea de educar indivíduos aptos a transitar entre culturas, línguas e realidades distintas, promovendo o diálogo entre o global e o local. Em um mundo cada vez mais globalizado e multicultural, a necessidade de uma formação docente que considere o plurilinguismo e a diversidade cultural é mais premente do que nunca. O plurilinguismo se apresenta como uma abordagem pedagógica que promove a valorização das diferentes línguas e culturas, incentivando o diálogo intercultural e a inclusão. Nesse sentido, o ensino e a formação de professores de língua materna deve estar alinhada a essa perspectiva, promovendo práticas educativas que atendam às demandas de um cenário educacional complexo e diversificado. Assim, este Simpósio visa discutir os desafios e as possibilidades das práticas de ensino de língua portuguesa no contexto do plurilinguismo, com foco na formação docente. Serão abordadas questões sobre a integração das línguas e culturas no processo educativo, a formação de professores plurilíngues e interculturais, bem como a implementação de políticas educacionais que favoreçam essa abordagem. Objetivamos, assim, debater o papel do plurilinguismo no ensino-aprendizagem da língua materna, e na formação de professores; refletir sobre os desafios contemporâneos enfrentados pelas práticas de ensino em contextos plurilíngues e multiculturais; apresentar práticas e metodologias para o ensino de língua portuguesa que integrem a diversidade linguística e cultural; (re)pensar como o ensino de língua materna pode contribuir para a formação de cidadãos críticos e conscientes, capazes de atuar de forma significativa tanto no nível global quanto no nível local; promover o intercâmbio de experiências e pesquisas sobre a formação docente para o plurilinguismo, dentre outras proposições. Espera-se, assim, que o Simpósio contribua para a construção de um espaço de reflexão crítica e troca de experiências sobre o ensino de língua portuguesa a partir da perspectiva do plurilinguismo, promovendo um avanço nas discussões sobre a formação docente e o desenvolvimento de práticas pedagógicas inclusivas e interculturais. Palavras-Chave: Educação Linguística, Ensino de Língua Portuguesa, Didática do Plurilinguismo, Formação de Professores.

ST40 – Ensino de língua pela Educação Científica

Coordenação:Shirlei Marly Alves (UESPI)Wagner Rodrigues Silva (UFT/CNPq) As ciências são desenvolvidas continuamente conforme pesquisas científicas realizadas em função da elaboração de respostas para diferentes demandas sociais emergentes. No âmbito do ensino e da formação de professores de Português como língua materna (LM), não tem sido diferente. Nas últimas décadas, diversos empreendimentos investigativos foram produzidos na Linguística Aplicada (LA), Linguística e Educação com o propósito de transformar o paradigma de ensino das aulas de Língua Portuguesa em escolas brasileiras, considerando diferentes níveis e modalidades de ensino. Em outros termos, esforços vêm sendo investidos para aprimorar metodologias e práticas pedagógicas a fim de se desdobrarem em resultados mais sustentáveis na instrução de falantes, leitores, escritores e conhecedores do sistema linguístico. Evidências dessas contribuições podem ser encontradas em diretrizes curriculares municipais, estaduais e nacionais, destinadas ao ensino básico e à formação docente, e, inclusive, em programas especiais de ensino, a exemplo de olimpíadas escolares e feiras científicas. Nessa perspectiva, a abordagem teórico-pedagógica da educação científica, em construção na LA, campo indisciplinar de investigação científica em que está inserido este simpósio, mostra-se bastante promissora por possibilitar, por um lado, no ensino básico, (a) contextualização de situações educativas, (b) articulações de práticas escolares de linguagem e (c) enfoques de temáticas sociais necessárias à formação cidadã crítica. Tais desdobramentos, por outro lado, têm trazido encaminhamentos metodológicos mais precisos à formação inicial e continuada de professores, podendo contribuir para a fortalecimento de profissionais com posturas críticas, questionadoras, investigativas e propositivas, configurando o local de trabalho do professor como legítimo espaço de construção de saberes, inclusive na interlocução com docentes universitários. Nessa perspectiva, este simpósio foi proposto para reunir resultados parciais e finais de pesquisas em torno da abordagem da educação científica, considerando diferentes locais e objetos de investigação, além de construções investigativas indisciplinares, de maneira que sejam compartilhadas evidências de contribuições teóricas para a LA e práticas para o ensino e a formação de professores de LM. O trabalho realizado neste simpósio contribuirá para as atividades especializadas realizadas nos seguintes grupos de pesquisa: Laboratório de Leitura e Escrita Acadêmicas – LEIA (UESPI/CNPq) e Práticas de Linguagens – PLES (UFT/CNPq). Palavras-chave: Educação Científica, Ensino de Língua Materna, Materiais Didáticos, Diretrizes Curriculares, Formação de Professores.

ST09 – Produção textual e ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa: abordagens teórico-metodológicas da atividade metalinguística à luz da Genética Textual

Coordeção:Mauri Célio Alves Santana (UFAL)Rosiene Omena Bispo (Seduc/AL) Este simpósio temático visa a reunir trabalhos voltados ao ensino e à aprendizagem de Língua Portuguesa no contexto da escrita colaborativa, com base em fundamentos da Genética Textual (GT) e da Linguística Enunciativa. A proposta parte da compreensão do texto como um processo em curso, e não como mero produto final, priorizando a observação da escritura em ato, na qual rasuras gráficas e orais (apagamentos, acréscimos, substituições, deslocamentos) revelam operações cognitivas e metalinguísticas relevantes para o aprendizado da língua. A Genética Textual, inicialmente ligada à Crítica Literária (Fabre, 1986, 1990), passou a ser aplicada aos manuscritos escolares (Calil, 1998, 2016), ampliando as possibilidades de análise dos processos de escrita em contextos reais de sala de aula. A partir dessa perspectiva, os borrões, hesitações e reformulações durante a produção colaborativa do texto ganham status de objetos de análise, permitindo compreender como os sujeitos refletem sobre a linguagem durante a escrita. Nesse contexto, destacamos o papel da atividade metalinguística, compreendida como ação reflexiva, consciente ou não, sobre a língua (Camps et al., 1999, 2000, 2005; Culioli, 1990), particularmente em sua relação com o ensino da gramática. A escrita colaborativa oferece terreno fértil para essa atividade, pois o confronto de ideias, a necessidade de negociação linguística e a verbalização de conflitos podem revelar não apenas o que os estudantes sabem, mas como eles pensam sobre a linguagem. Dessa forma, este simpósio acolherá estudos concluídos ou pesquisas em andamento que focalizem práticas de produção textual em situação colaborativa, observando especialmente as interações face a face entre alunos e/ou entre professor e alunos, em que emergem comentários metalinguísticos relacionados a aspectos linguísticos, gramaticais, textuais, semânticos ou pragmáticos. Pretende-se, com isso, fomentar discussões que contribuam para o avanço das investigações sobre a aprendizagem da Língua Portuguesa, sobretudo em sua dimensão processual e dialógica. Palavras-chave: Genética Textual. Atividade metalinguística. Ensino de Língua Portuguesa. Escrita colaborativa. Manuscrito escolar.