III Encontro Nacional de Linguística Aplicada

CC02 – NarVal – Instrumento de avaliação de narrativas em línguas de sinais: compreensão e produção

Coordenação:Cristina Broglia Feitosa de Lacerda (UFSCar) O desenvolvimento escolar do aluno surdo depende muito de seu domínio da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Todavia, a Libras não é cotidianamente desenvolvida no ambiente familiar, e este domínio precisa ser alcançado, principalmente, no ambiente escolar, no qual espera-se que o aluno surdo tenha pares em sua língua e possa interagir por meio dela. Nesse sentido, assemelha-se ao desenvolvimento da oralidade de crianças ouvintes, já que é nas práticas dialógicas que se promove o desenvolvimento de língua e linguagem. Contudo, o ambiente escolar tem pouca tradição no trabalho com o desenvolvimento de língua oral/língua de sinais, em geral focalizando as atividades com a língua escrita como sua meta. Assim, pouco se discute sobre práticas que favoreçam o desenvolvimento da Libras no espaço escolar junto aos estudantes surdos. Os debates em torno da pertinência de práticas orais para o desenvolvimento do sujeito como um todo indicou a oportunidade de pensarmos uma proposta de avaliação da compreensão e produção em Libras pelos alunos surdos do ensino fundamental, como forma de acompanhar e implementar seu desenvolvimento em língua de sinais. O ensino da Libras é ainda mais crucial para as crianças surdas do que o ensino da oralidade para as crianças ouvintes, considerando que a aquisição da Libras geralmente ocorre somente no espaço educacional. Em estágio pós-doutoral, desenvolvemos uma primeira versão de um ‘instrumento de avaliação da expressão em língua de sinais catalã’ juntamente com pesquisadores da Universidade de Barcelona. Posteriormente, traduzimos e adaptamos os instrumentos e passamos a desenvolver pesquisas no Brasil a partir deles, que têm recebido financiamento FAPESP e CNPq. Nesta sessão, buscamos apresentar resultados de pesquisas em andamento acerca destes instrumentos considerando: aplicação dos instrumentos em mais de uma centena de estudantes surdos da educação básica e, ainda, a oportunidade de uso desses instrumentos para avaliação de usuários de Libras como segunda língua. Palavras-chave: Avaliação; narrativa em língua de sinais; Línguas de Sinais.

ST03 –  Práticas de ensino da Libras (como língua natural, materna e adicional) e da Língua Portuguesa (como língua adicional) para surdos/as  

Coordenação: Joseane dos Santos do Espírito Santo (UFRR)  Nas últimas décadas, as pesquisas sobre os Estudos Surdos avançaram para diversas linhas, o que possibilitou novas reflexões sobre as práticas de ensino. Uma das áreas que tem avançado nas pesquisas são os estudos sobre ensino-aprendizagem de Língua Brasileira de Sinais (Libras) e da Língua Portuguesa escrita. A Libras é uma língua natural que pode ser aprendida como língua materna para os/as surdos/as filhos/as de pais surdos. Ela também pode ser ensinada como língua natural para os/as surdos/as filhos/as de pais ouvintes e como língua adicional para as pessoas ouvintes. E, por fim, a Língua Portuguesa (LP), língua oficial do Brasil, pode ser ensinada na modalidade escrita para as pessoas surdas. Diante da diversidade de práticas de ensino das referidas línguas, faz-se necessário a investigação e socialização sobre como ocorre o processo de ensino-aprendizagem e as implicações que elas estão produzindo. Sendo assim, tendo como base os estudos da Linguística Aplicada (LA), essa sessão busca reunir e socializar as atuais pesquisas sobre o ensino da Libras (como língua natural, materna e adicional) e da LP escrita (como língua adicional) para surdos/as. Proporcionar essas discussões e reflexões no ambiente de eventos acadêmicos permitirá a socialização e a produção de novos conhecimentos sobre o tema, o que pode implicar nas práticas docentes.  Palavras-chave: Ensino-Aprendizagem, Libras, Língua Portuguesa, Surdos. 

ST02 – Pluralidade linguística das línguas de sinais e o ensino de português e educação bilíngue de Surdos

Coordenação:Waldemar dos Santos Cardoso Junior (UFPA)Leila Saraiva Mota (UFPA) Conforme enfatiza Botelho (2010), a educação bilíngue sugere que a pessoa Surda seja exposta a Língua de sinais o mais cedo possível. A língua de sinais é concebida como língua materna de pessoas Surdas. O bilinguismo simboliza aspectos políticos, sociais e culturais, onde é necessário garantir um currículo organizado e atender o acesso aos conteúdos escolares na própria Língua do Surdo (L1) (Quadros, 2004). Nesse sentido, este simpósio propõe agregar trabalhos que envolvam estudos teóricos e descritivos das línguas indígenas de sinais e da língua brasileira de sinais-Libras e de seus aspectos linguísticos que abarquem reflexões e reformulações, descritivas, metodológicas e tipológicas de línguas de sinais, que favoreçam investigações no plano de análise e descrição das línguas de sinais, além de discutir políticas públicas que reconheçam a pluralidade linguística das línguas de sinais existente no Brasil. Busca reunir ainda estudos que investiguem a língua de sinais como instrumento cultural nas mediações do processo de construção da identidade surda, da sociabilidade, da memória social, das práticas sociais e das políticas culturais da pessoa surda. Pretende-se agregar também trabalhos que envolvam políticas públicas para a formação de professores da educação básica na perspectiva da educação bilíngue, para alunos surdos, saberes e práticas na educação básica, envolvendo as modalidades e as diferentes metodologias de ensino, considerando os princípios da formação docente, bem como o ensino da língua portuguesa como L2. Palavras-chave: Pluralidade linguística, Educação bilíngue, Políticas públicas, Formação docente.

ST01 – Saberes e práticas sobre o ensino e aprendizagem de Língua Brasileira de Sinais em múltiplos contextos

Coordenação: Sérgio Ferreira (UNESPAR)Tânia Ap. Martins (UNIOESTE) Na área dos estudos linguísticos de diversos programas de pós-graduação cujo interesse de pesquisa é a linguagem em diferentes perspectivas, as línguas de sinais de forma gradativa têm atraído atenção de pesquisadores que encontram nestes lugares um espaço de acolhimento para seus estudos (Martins, 2022; Quadros, 2021; Stumpf, 2024; Xavier, 2020). No que se refere especificamente ao campo da Linguística Aplicada (LA), percebe-se um aumento significativo de estudos que se debruçam sobre as questões que orbitam sobre os saberes e as práticas do ensino e aprendizagem da Língua Brasileira de Sinais – Libras em múltiplos contextos (Andreis-Witkoski, 2020; Ferreira, 2019; Rodrigues, 2023). Nesse sentido, este simpósio tem como objetivo reunir pesquisadores, educadores e profissionais que investigam ou atuam com o ensino e aprendizagem de Libras como L1 ou L2 em diferentes contextos e ambientes. No intuito de fomentar um espaço de acolhimento, diálogo e compartilhamento de estudos, neste simpósio também são bem-vindas pesquisas originadas a partir de experiências sobre práticas pedagógicas, abordagens metodológicas, recursos tecnológicos, políticas linguísticas e os desafios enfrentados na formação de professores que abordem em seus trabalhos sobre o ensino e aprendizagem de Libras em diversos cenários. Palavras-chave: Práticas pedagógicas em Língua de Sinais, Políticas linguísticas e Libras, Abordagens metodológicas em Libras, Formação de professores.