III Encontro Nacional de Linguística Aplicada

ST19 – Perspectivas Discursivas de Educação Linguística na Escola e na Universidade

Coordenação:
Luciana Maria Almeida de Freitas (UFF)
Jéssica do Nascimento Rodrigues (UFF)

Este simpósio tem como principal intenção possibilitar e ampliar o debate e a reflexão coletiva sobre educação linguística e sobre formação docente para a realização do trabalho pedagógico, tanto nas escolas quanto nas universidades brasileiras. Entende-se por educação linguística, conforme Freitas (2021, p.6), “um processo escolar que articula a ampliação: (1) da competência linguístico-discursiva do estudante por meio da produção de sentidos, de textos e de reflexões sobre a língua e sobre a linguagem; (2) do pensamento crítico sobre questões socialmente relevantes que se materializam em textos verbais, imagéticos e verbo-visuais”. Para orientar as propostas deste simpósio, consideram-se os seguintes pressupostos: o texto como cerne do trabalho pedagógico realizado por professores na Educação Básica e no Ensino Superior; a aula como acontecimento (Geraldi, 2010) e, portanto, como um espaço no qual a educação linguística vai além da sistematização da língua e do desenvolvimento de decodificação e codificação, em diálogo com os letramentos enquanto práticas sociais; a formação de professores como lugar de (re)elaboração de conhecimentos que viabilizem os dois pressupostos anteriores. Com base nesses apontamentos, o viés teórico-metodológico que se pretende privilegiar é o da natureza discursiva, em sentido mais amplo, ou seja, buscando agrupar distintas perspectivas, como as diversas linhas de análise do discurso, a semiolinguística, o socionteracionismo e as vertentes bakhtinianas. O objetivo geral deste simpósio é, portanto, agrupar pesquisas concluídas ou em andamento sobre educação linguística e sobre formação docente para a realização do trabalho pedagógico no contexto escolar e no universitário. Destacam-se como elementos cruciais desses processos: o reconhecimento das práticas de linguagem como práticas sociais e, portanto, letramentos, marcados por circunstâncias históricas e culturais; o entendimento de que a língua se organiza em gêneros discursivos (Bakhtin, 2003; Volóchinov, 2017); a importância do engajamento discursivo dos estudantes nesses diferentes contextos e da ampliação de seus conhecimentos e, portanto, repertórios para a construção de textos apropriados, com diferentes intenções e endereçamentos, segundo a diversidade das situações de interlocução.

Palavras-chave: Educação linguística, Formação docente, Trabalho pedagógico, Gêneros discursivos, Letramentos.

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