II ENALA – Encontro Nacional de Linguística Aplicada

  1. Home
  2. Simpósios temáticos
  3. Linguagens e(m) perspectivas: a formação de professores de línguas e culturas em movimento

Linguagens e(m) perspectivas: a formação de professores de línguas e culturas em movimento

COORDENAÇÃO: Lucas Rodrigues Lopes (UFPA), Éderson Luís Silveira (UFFS/PR)

PARTICIPANTES: Leidiani da Silva Reis (UFFS/PR), Cátia Veneziano Pitombeira (UFAL), Sérgio Ifa (UFAL)

RESUMO: A formação de professores de línguas e culturas tem sido objeto de profundas reflexões, (re)formulações e debates, já que essa área tem atravessado mudanças estruturantes, notadamente mercadológicas, marcadas pela inserção de novas tecnologias educacionais, bem como pela indivisibilidade entre teoria e prática, trazendo à baila a (in)dissociabilidade entre formação específica e formação docente. Tendo isso em mente, nossa proposição de simpósio congrega trabalhos desenvolvidos por pesquisadores de diferentes regiões do país, os quais emergem das/nas linguagens e(m) perspectivas, alinhavando, assim, o papel central da linguagem na educação como processo, compreendendo sua natureza na formação de sujeitos intercambiáveis, trazendo, para junto de si, representações do próprio ambiente educacional, oportunizando, assim, o desenvolvimento de diferentes práticas de ensino. Com isso, destacamos diferentes perspectivas da(s)/na(s) linguagem(ns) dentro do campo de formação de professores. Dessa forma, consideramos a formação de professores de línguas e culturas no que diz respeito à produção de sentidos, devido ao fato de que a linguagem se dá na/pela interação comunicativa entre interlocutores. Assim sendo, buscamos refletir a respeito do contexto sócio-histórico e ideológico, já que os interlocutores ocupam um espaço social e produzem efeitos de sentido, fazendo com que nos tornemos sujeitos de um dizer face a outras vozes.

Palavras-chave: Ensino de Línguas e Culturas. Formação de Professores. Produção de sentidos. Contexto sócio-histórico. Ideologias.

 

A CULTURA COMO ELEMENTO INDISPENSÁVEL PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS EM DISCIPLINAS DO CAMPO COMUM NA UNIVERSIDADE

Éderson Luís Silveira (UFFS/PR)
Leidiani da Silva Reis (UFFS/PR)

Considerar a cultura como elemento indispensável no âmbito do ensino de línguas requer que se pense sobre aspectos ligados à sensibilidade acerca do outro. Nesse sentido, autores como Kramsch (1993, 1998), Paraquett (2008) e Byram (1989) têm enfatizado a estreita relação entre língua e cultura. No âmbito da cultura acadêmica, disciplinas como Produção Textual Acadêmica e Leitura e Produção Escrita objetivam que os discentes se apropriem de formas culturais de uso de prestígio da leitura e da escrita que circulam no contexto universitário. No entanto, o contexto sócio-histórico de cada curso faz com que o direcionamento seja singular, para que os exemplos utilizados em sala de aula não sejam homogeneizados, a fim de que não se ignore as diferenças entre as áreas e os objetivos de cada aluno em relação ao curso que escolheu na universidade. Este trabalho consiste em apresentar reflexões acerca de uma pesquisa onde houve observação participante em turmas de primeira e terceira fase de quatro cursos de graduação da Universidade Federal da Fronteira Sul, de Laranjeiras do Sul, no Paraná, no que diz respeito a atividades que partiram dos textos “Circuito Fechado”, de Ricardo Ramos, e “Mirimi e Gissitar”, sem autoria definida, para trabalhar a questão de escrita e da refacção de produções textuais pautadas na observação de textos em que há presença e ausência de coesão e de coerência. Para isso, utiliza-se como base o estudo das concepções de linguagem em Ingedore Koch (2006; 2009), além de questões de coesão e coerência em Irandé Antunes (2007). Conclui-se que o desenvolvimento da competência comunicativa precisa considerar as instâncias sociais e culturais de cada curso e de cada estudante, a fim de que o ensino faça sentido enquanto se produz sentido na universidade. Assim, destaca-se a presença de componentes culturais que são indissociáveis do sistema linguístico ensinado e/ou apreendido, o que faz com que se torne cada vez mais urgente e necessária uma revisão de paradigmas acerca de como vem sendo feito até então, no que diz respeito às disciplinas do campo comum, a fim de que sejam problematizadas padronizações homogeneizadoras no ensino de produção textual, sobretudo no que diz respeito a questões de leitura e de escrita na universidade.

Palavras-chave: Língua e Cultura. Produção Textual na Universidade. Leitura e Escrita. Ensino de Produção Textual. Competência Comunicativa.

 

A TEORIA DA COMPLEXIDADE (RES)SIGNIFICANDO A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA NO PROGRAMA RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA DA UFAL

Cátia Veneziano Pitombeira (UFAL)

O Programa Residência Pedagógica, edição 2022-2024, financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), promove ao licenciando em formação inicial da graduação em Língua Inglesa da UFAL, sua entrada e participação ativa na escola sob a supervisão do professor preceptor da escola básica, em formação continuada, e do professor orientador, da universidade, em um grande trabalho colaborativo e coletivo. Essa inserção apresenta aos residentes a realidade e a rotina da escola em que estão inseridos durante os 18 meses de programa para aplicar, analisar e refletir as questões teórico-metodológicas inerentes ao ensino-aprendizagem de língua inglesa. Nesse cenário, entendemos ser emergente uma formação de protagonismo para observar, analisar, rever, modificar, repensar e atualizar as formas de ensinar e de aprender que ultrapasse as barreiras do paradigma tradicional. Encontramos, então, no pensamento Complexo de Edgar Morin (2008, 2009, 2010), a interlocução de saberes em contínuo e múltiplo diálogo apontando para o processo e não para resultados. Partindo desse pressuposto, (res)significar a formação do ponto de vista da complexidade é pensar a incompletude do ser humano, em constante processo de vir-a-ser e de sua indissociabilidade em relação ao meio.

Palavras-chave: Teoria da Complexidade. Formação de professores. Ensino-aprendizagem de línguas.


FORMAÇÃO DE PROFESSORAS DE LÍNGUAS ADICIONAIS E INICIAÇÃO CIENTÍFICA: PROBLEMATIZAÇÃO E REFLEXÃO

Sérgio IFA (UFAL)

O objetivo desta comunicação é descrever e refletir sobre a formação de professores construída entre formador e três alunas de cursos de Letras, duas de Inglês e uma de Espanhol, durante o ciclo de 2022-2023, período em que elas participaram do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) na Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Cada aluna ficou responsável por investigar, como professora em formação, suas aulas em uma turma de língua adicional no projeto de extensão intitulado “Casas de Cultura no Campus”. Durante o ciclo, a formação consistiu em reuniões metodológicas para preparação de aulas e materiais didáticos, para reflexões sobre o fazer docente e para discussões teóricas sobre diversos assuntos, tais como: letramento crítico, ensino de línguas, decolonialidade, justiça social e autoetnografia. A partir da compreensão da indivisibilidade entre teoria e prática e a indissociabilidade entre formação específica e formação docente, os resultados parciais que serão desenvolvidos na apresentação destacam as questões relacionadas à perspectiva crítica de formação e de ensino de línguas adicionais sob o olhar da abordagem hermenêutico-fenomenológica para interpretação de dados qualitativos da experiência vivida pelas alunas e pelo formador.

Palavras-chave: Formação de professores. Línguas Adicionais. Iniciação Científica. Projeto de Extensão. Abordagem Hermenêutico-Fenomenológica.

Lucas Rodrigues Lopes
Docente na Faculdade de Letras – Língua Inglesa e no mestrado acadêmico do Programa de Pós-Graduação em Educação e Cultura (PPGEDUC), da Universidade Federal do Pará (UFPA), no Campus Universitário do Tocantins/Cametá (CUNTINS). Atua como Pesquisador do Grupo de Pesquisa Estudos do Discurso, Sentido, Sociedade e Linguagem (DISENSOL) e Grupo de Pesquisa em Ensino e Formação de Professores de Inglês – TEMPO (CNPq/UFPA). Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Linguística Aplicada, buscando compreender os seguintes temas: autoria, ensino de línguas, discurso, educação, discurso pedagógico, formação de professores de línguas-culturas, LIBRAS e tem adotado o viés dos estudos do discurso, da psicanálise e da desconstrução para estudar.

Éderson Luís Silveira
Professor Adjunto Efetivo da Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Laranjeiras do Sul, Paraná. Doutor e Mestre em Linguística pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Vice-Líder do Grupo de Pesquisa Michel Foucault e os Estudos Discursivos (UFAM/CNPq). Atua na área de Estudos da Linguagem, subárea Estudos Discursivos, Literários e Educacionais. E-mails: ediliteratus@gmail.com e ederson.silveira@uffs.edu.br

Leidiani da Silva Reis
Professora Adjunta Efetiva da Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Laranjeiras do Sul, Paraná. Pós-Doutoranda pela Universidade Federal de Santa Catarina (CNPq – PDJ), com pesquisa voltada à Libras em paralelo com a LSE, sob a supervisão da professora Ronice Quadros. Pós-Doutora pela Universidade de Vigo (Uvigo/2019-2020), Espanha, com investigação em línguas de sinais (estratégias referenciais no corpus multilíngue Libras – LSE), financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq – PDE). Doutora em Letras pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste/2015-2019), na linha de pesquisa dos estudos da linguagem: descrição dos fenômenos linguísticos, culturais, discursivos e de diversidade, com pesquisa sobre o processo referencial na Libras em paralelo com a Língua Portuguesa. Participa do projeto de extensão “Língua Portuguesa para os surdos: o bilinguismo em evidência”, com ministração de cursos de português como L2 à pessoa com surdez (2015). Atualmente, atua como docente de Libras da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). E-mail: leidiani.reis@uffs.edu.br

Cátia Veneziano Pitombeira
Doutora e mestre em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP, graduada em em Letras: Português/Inglês com habilitação em Tradução e Interpretação pela Faculdade Ibero-americana. Atuou na graduação do curso de Letras da PUC Campinas, da FATEC Praia Grande, da Universidade Metodista, onde coordenou os cursos de Letras presencial e a distância. Coordenou a tutoria do curso Inglês Online da EVESP/SEE e Fundação Padre Anchieta. Lecionou no ensino fundamental e médio dos colégios Metodista de São Bernardo do Campo e São Vicente de Paula. Atualmente é professora efetiva de Linguística Aplicada e ensino de língua inglesa na Universidade Federal de Alagoas na FALE, atuou no PIBID, RP, PLEI, Idiomas sem Fronteira e PIBIC. Estuda a teoria da complexidade, a formação tecnológica, o desenho de material didático para o ensino de línguas em contexto presencial e a distância, educação crítica e multiletramentos participando dos grupos de pesquisa: LET (UFAL-CNPq), ObservU (UFAL-CNPq) e Elang (UNICAMP-CNPq). E-mail: catia.pitombeira@fale.ufal.br

Sérgio Ifa
Docente do curso Letras Inglês e do Programa de Pós Graduação em Linguística e Literatura na Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Pós-doutorado em Estudos de Língua Inglesa (USP e UEMS). Licenciado em Letras Inglês (PUC-SP), mestre e doutor em Linguística Aplicada (LAEL-PUC-SP). Interessa-se por estudos decoloniais, formação docente reflexivo-crítica, letramentos críticos e afetivos, transculturalidade e filosofia do Bem viver. É líder do grupo de pesquisa Letramentos, Educação e Transculturalidade – LET.